O presidente da consultoria PSR, Luiz Augusto Barroso, afirmou nesta terça-feira, 5, durante o Fórum Estadão sobre infraestrutura, que o não-adiamento do pagamento da energia comprada pelas distribuidoras em junho, que soma quase R$ 300 milhões, deve ser resultado de conversas entre o governo e o setor, caso contrário, seria uma “loucura”. “Se esse não-adiamento não estiver vinculado à possibilidade de um aporte financeiro por parte das distribuidoras, é uma loucura”.
Segundo apurou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, com a demora do governo em fechar um acordo com os bancos para viabilizar o novo empréstimo para o setor elétrico, as distribuidoras terão de contar com dinheiro do próprio caixa para bancar o rombo de junho, pelo menos temporariamente. Ao contrário do que fez na liquidação de maio, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) não vai adiar o prazo do desembolso pela energia elétrica comprada em junho, que vence nos dias 7 e 8.
Para Barroso, o adiamento precisa ser feito de uma única vez, para uma data calculada pelas autoridades competentes em que seja possível resolver o problema. “Adiar sucessivamente é empurrar com a barriga um problema que está identificado desde o início do ano. Cada adiamento é um fator adicional de instabilidade regulatória”, afirmou. De acordo com o consultor, as alterações nessa liquidação dos empréstimos afeta não só a parte regulada, mas também o mercado livre de energia.