Na berlinda desde o início da greve dos caminhoneiros, a Petrobras saiu em defesa de sua política de preços de derivados para os próprios funcionários. Em uma série de vídeos, o presidente Pedro Parente e executivos de médio escalão de várias áreas da companhia falam sobre estratégia de refino, formação de preço, endividamento e justificam os reajustes diários.

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Na prática, rebatem alegações da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e pedem “reflexão aos funcionários” sobre os movimentos recentes de caminhoneiros e petroleiros.

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“Será que esse seria efetivamente o caminho para a gente melhorar a situação da nossa companhia?”, questiona o gerente executivo de recursos humanos da Petrobras, Jose Luiz Marcusso.

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Em um dos vídeos, divulgados no início da semana, Parente diz que a situação ainda não está 100% e que ainda há “coisas para acontecer até voltar à normalidade”.

Justifica a política de reajustes diários, lembrando do período, no ano passado, em que a política de reajustes mensais levou a companhia a perder participação no mercado. Na época, a cotação do barril do petróleo estava em um dos níveis mais baixos dos últimos anos e a companhia praticava preços no mercado interno mais altos do que os de derivados importados, o que levou os concorrentes a aumentarem as importações.

O presidente da Petrobras e executivos das áreas de logística e exploração e produção tentam desarmar críticas que têm sido feitas contra a atual gestão em relação ao aproveitamento da capacidade de refino, que seria determinante para a ampliação as importações de derivados em um momento de preço de petróleo desfavorável.

Parente tenta mostrar que não é o responsável por esse tipo de decisão. “Não tenho esse poder. Nem saberia fazer”, diz, sobre a carga das refinarias.

Em outros vídeos, Dênis Dinelli, gerente da gestão integrada de exploração e produção, destaca os custos embutidos nos preços dos derivados para desarmar a tese de que a Petrobras produz o barril a US$ 10. Já a gerente executiva de finanças, Bianca Nasser Patrocinio, fala sobre gestão recente do endividamento da empresa.

Segundo a assessoria de imprensa da Petrobras, os vídeos fazem parte de “ações de esclarecimento”, intensificadas e direcionadas ao público interno porque as políticas da companhia “tiveram sua exposição potencializada em função da greve dos caminhoneiros”. Os vídeos foram publicados na intranet corporativa e também foram enviados por celular.