Na Europa, aumenta a pressão sobre Irlanda e Portugal

Cresce a pressão para que Irlanda e Portugal aceitem um pacote de resgate, criando um “corredor sanitário” e evitando a contaminação de outras economias. O debate sobre como dar uma solução permanente à crise da dívida na Europa será realizado hoje em uma reunião de ministros de Finanças em Bruxelas. Irlanda e Portugal serão cobrados para que apresentem detalhes de como esperam frear os gastos públicos e honrar o pagamento dos juros de suas dívidas astronômicas.

Mas o mercado e os países mais influentes da União Europeia (UE) não acreditam que as medidas de austeridade serão suficientes. O Fundo Monetário Internacional (FMI), a Alemanha e o Banco Central Europeu (BCE) insistem que chegou a hora de Irlanda e Portugal considerarem uma intervenção. A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, defendeu novos pacotes de resgate e “uma nova cultura de estabilidade na Europa”.

Portugal admitiu que investidores estão cada vez mais propensos a acreditar que o país pedirá ajuda internacional e que o risco de contágio é “extremamente alto”. Mas o país insinua que deve ser a Irlanda quem deve aceitar logo o pacote. Depois da crise na Grécia, no começo do ano, a UE criou um fundo de quase US$ 1 trilhão para países em dificuldades. Mas agora, mais uma vez divididos, os países se atacam. “Tudo está em jogo. Se o euro fracassar, então é a Europa que fracassará”, disse ontem Merkel.

Nem todos gostaram do recado. O primeiro-ministro grego, George Papandreou, acusou Merkel de ter tornado a situação ainda pior para Portugal e Irlanda ao insistir que o mercado deve pagar por futuros pacotes de resgate a partir de 2013. “Isso pode criar uma profecia que se cumpriria. Isso pode forçar economias a irem à falência”, disse. Espanha, Irlanda e Luxemburgo também criticaram Merkel. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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