O ministro espanhol da Economia, Pedro Solbes, descreveu esta quarta-feira (16) a crise econômica que afeta a Espanha como uma das "mais complexas" que o país já enfrentou, ao mesmo tempo em que garantiu a finalização das quase 13 mil casas pré-vendidas pela imobiliária Martinsa-Fadesa, que entregou pedido de falência.
"(A situação) é, sem dúvida alguma, muito difícil e muito complicada", disse Solbes. Para o ministro, essa crise, ao lado daquela ocorrida em 1993 e 1994, "é a mais complexa que já vivemos, pela quantidade de fatores sobre a mesa".
Solbes destacou que os fatores que causam uma situação econômica "difícil" na Espanha são a alta dos preços do petróleo e das matérias-primas, assim como a crise financeira dos Estados Unidos.
O ministro detalhou que a economia espanhola cresceu no segundo trimestre de 2008 entre 0,1% e 0,2%, que implica em um crescimento próximo a 2% em 2008, taxa que deve ser ainda menor no próximo ano.
Nesse contexto, Solbes defendeu a "moderação salarial" como melhor escolha. "Tem que se buscar qual é o salário adequado para que não se perca o emprego", argumentou o ministro, "entre o fechamento de uma empresa e um menor aumento salarial, eu prefiro a segunda opção".
O ministro espanhol também garantiu hoje que "serão construídas" as 12.579 casas pré-vendidas e não entregues pela imobiliária Martinsa-Fadesa.
A imobiliária em questão apresentou na terça-feira o pedido de proteção contra credores no Tribunal de La Coruña, noroeste da Espanha, e um expediente de regulação de empregos (demissões) que afeta mais de 200 trabalhadores. No mesmo dia, a empresa garantiu que manteria "seu compromisso" com os clientes que já haviam adquirido uma moradia.
Nesse sentido, Solbes afirmou hoje que o interesse do governo espanhol é que "deixemos essa situação da melhor maneira possível, mantendo o máximo de emprego e garantindo que as casas sejam construídas".
Por sua parte, a companhia aérea Spainair anunciou hoje um "plano de viabilidade" que prevê a demissão de 1.100 trabalhadores.
Spainair, a segunda companhia de aviação mais importante do país, afirmou que a decisão foi adotada para "assegurar a rentabilidade" e "enfrentar" o aumento dos preços dos combustíveis e a queda na demanda.
Além das demissões, a companhia deverá cancelar nove rotas "deficitárias" e interromper as operações de 15 aviões.