A supervisora do Conselho Regional de Administração do Paraná (CRA-PR), Solange Lisboa Miranda, 50 anos, há dois anos se mudou da casa que dividia com o irmão no Rebouças e comprou um sobrado no Novo Mundo, onde foi morar com os dois filhos. ?A casa era da minha mãe. Por motivo de partilha, eu vendi minha parte para ele e decidi comprar o meu imóvel.?

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A exemplo de Solange, a empresária Daniele Pereira Martins, 31 anos, mudou com o filho e o marido do apartamento em que morava no Cabral para uma casa no Uberaba em maio deste ano. Além das prestações da casa que divide com o marido, Daniele também comprou um estabelecimento comercial no Portão, com 700 m2, e é a única responsável pelo pagamento do imóvel. ?Era um sonho de infância ter meu próprio negócio, mas nunca tinha dinheiro para assumir isso sozinha. Todo o dinheiro que eu ganhei está aqui.?

De acordo com a sócia da Galvão Nuna Planejamento Imobiliário e Vendas, Adriana Samaan, de janeiro a junho deste ano a empresa teve 7.126 procuras por imóveis na capital paranaense, 4.050 delas feitas por mulheres, o que representa 57% do total. Ela afirma que as mulheres são responsáveis por 80% da decisão de compra de imóveis voltados à classe média, e correspondem a 15% do total de vendas. ?Esse número deve aumentar entre 5% a 10% ao ano, devido ao aumento do poder aquisitivo e do número de mulheres que decidem morar sozinhas ou que têm maior renda.

 Nas classes mais baixas, o número de imóveis vendidos para mulheres cai para menos de 5%. ?Isso se deve ao histórico socioeconômico e cultural desse grupo. A não ser que a mulher se torne uma microempresária, por exemplo, essa percentagem pode aumentar?, explica Adriana.

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O perfil das compradoras se caracteriza por mulheres com idade entre 30 e 50 anos; profissionais liberais, executivas ou em cargos de liderança; com ou sem parceiro. Segundo Adriana, elas procuram espaços para organizar o seu dia-a-dia e transmitir bem-estar para a família. ?Levei em consideração para a escolha do imóvel a localização, o número de quartos e a área de lazer e garagem?, afirma Solange. ?Na casa eu procurei por quintal, piscina, lareira e uma sala bem aconchegante, em que o valor do metro quadrado correspondesse ao tamanho do empreendimento. No estabelecimento comercial, eu busquei um espaço diferenciado, sem dívidas e com alvará para funcionamento?, conta Daniele.

O preço dos imóveis comprados pelas mulheres varia de R$ 100 mil a R$ 200 mil e os bairros mais procurados são Batel, Champagnat e Cabral, no caso das curitibanas, e Santa Felicidade e Campo Comprido para as que vêm de outras cidades. ?As mulheres são mais comprometidas e menos inadimplentes, a desvantagem é que não são tão atentas a detalhes como os homens, o que pode fazer com que se tornem futuras reclamantes?, comenta Adriana.

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