Pesquisa divulgada ontem, no Dia Internacional da Mulher, pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese) revela que elas ainda têm muito o que lutar para conquistar direitos iguais no mundo do trabalho. As mulheres continuam ganhando bem menos do que os homens. A diferença salarial, em média, no Estado chega a 19,43% e sobe para 21,01% se considerarmos só Curitiba e Região Metropolitana.
Segundo a Relação Anual de Informações Socioeconômicas (RAIS) do Ministério do Trabalho, as mulheres representam 40,47% da força de trabalho com carteira assinada no Estado e ganham bem menos. Nem a qualificação vem conseguindo quebrar essa barreira. O estudo mostra que 34% das pessoas que concluíram os estudos até a 8.ª série são mulheres e elas ganham 27,90% a menos do que os homens. A diferença vai aumentado ainda mais à medida que o grau de escolaridade delas aumenta. 57% das pessoas com curso superior são mulheres, mas elas ganham até 42,32% a menos. Os dados mostram que a maioria dos cargos de decisão, com melhor remuneração, ainda estão com os homens.
Outro dado que chama a atenção para a discriminação é que das pessoas que ganham mais de 20 salários mínimos, apenas 22,15% são mulheres. Mesmo assim, ainda existe uma diferença nos vencimentos de 6,20%. O Sindicato dos Bancários também aproveitou o Dia Internacional da Mulher para divulgar a participação delas dentro dos bancos. As mulheres representam quase a metade da força de trabalho, mas também ganham menos. Além disto, é no Paraná que figura a maior diferença salarial do País: 29,17%, seguindo de São Paulo com 28,83 e Sergipe com 26,76%. O Estado do Pará é o que apresenta a menor diferença: 8,89%. Segundo a presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba, Marisa Stedile, isto acontece porque lá a maioria dos bancos é pública e os critérios de contratação são iguais para homens e mulheres.
