Mulher ganha espaço na direção de empresas

A participação da mulher no mercado de trabalho tem aumentado. Segundo dados do IBGE, de agosto de 2005, do total da população ocupada no país 43,8% são mulheres. Porém, ainda há uma resistência por parte de grandes empresas que ainda preferem contratar homens para cargos mais altos. Ainda apontam os dados que, em Curitiba, o rendimento médio mensal de um homem era, em 2001, de R$ 1.395,94, enquanto que o da mulher não passava de R$ 805,77.

Uma pesquisa do Grupo Catho, de recursos humanos, apontou, em uma amostra de 80.562 empresas no Brasil e 226.274 executivos, que a participação da mulher, por exemplo, em um cargo de presidente, que em 94 era de 8,1%, atualmente chega a 17,53%. Na função de diretora, de 13,2% passou a 22,94%. Como encarregada a mulher, que antes representava 30,35%, hoje está em 49,10%, praticamente par-a-par com o homem.

?O que chamou a atenção é que as mulheres estão muito mais presentes nas empresas menores, com menos de 50 funcionários, onde a porcentagem de participação nesses cargos são maiores. Não sei por que, mas as empresas maiores estão preferindo contratar os homens?, explica o coordenador da pesquisa, Thomas Case, completando que as mulheres ganham 10,88% a menos que os homens.

A médica Mônica Stramare Pereira, de Curitiba, está entre as que tiveram a chance de mostrar capacidade em um cargo de diretoria. Ela é diretora do Oncoville, um grande centro de oncologia na cidade. ?As mulheres médicas já são maioria, mas como diretoras de instituições ainda são poucas. Para mulher é sempre mais difícil, porque ainda tem a casa e os filhos, mas a mulher é mais detalhista, mais sensível, mais atenta. Nisso nós superamos. Em questão de capacidade não se discute?, afirma a oncologista.

Segundo a coordenadora do Núcleo de Apoio a Programas Especiais (Nape) da Delegacia Regional do Trabalho (DRT), Marilza Lima da Silva, a não contratação de uma mulher em detrimento de um homem pode ser considerado um ato de discriminação no trabalho. ?Sexo, assim como cor, religião, não pode ser critério. Em empresas ou cargos em que não se justifica apenas a contratação de mulher seria discriminação sim. Ainda é uma questão cultural, pois justificativa não tem?, afirma Marilza.

Ainda segundo a coordenadora, não há registro de queixas como estas, mas a discriminação, de um modo geral, contra a mulher ainda é comum. Das 101 audiências realizadas sobre discriminação no trabalho, somente neste ano, 38 envolviam mulheres: 15 mulheres em casos de assédio à gestante; 1 em assédio moral por parte dos colegas; 11 vítimas de assédio moral por parte do gerente ou proprietário do estabelecimento; um caso de assédio sexual; três de informações desabonadoras; dois de racismo; quatro de discriminação por doenças; e uma por ser deficiente físico.

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