Bolso Inteligente

Mudar a marca de um produto pode render boa economia

Bom para quem vende e pode ser uma importante ferramenta de economia para quem compra. Essa é a orientação que o consumidor precisa ter em mente antes de apostar nas marcas próprias das grandes redes varejistas como caminho para minimizar os efeitos da pressão inflacionária sobre o poder de compra. Apenas no primeiro trimestre de 2014, Curitiba registrou ano uma inflação de 6,36%.

O número é o resultado acumulado do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre as capitais, Curitiba apresenta a terceira maior inflação do país, atrás apenas de Rio de Janeiro e São Paulo (ambas com 6,41%). Em março, os preços na capital paranaense subiram 1% em relação a fevereiro. Alta puxada principalmente pelo grupo alimentos e bebidas, que registrou um aumento de 2,56%.

Claro que a inflação também atinge os itens de marcas próprias, só que na comparação com os produtos de referência os preços ficam, em média, de 20% a 30% inferiores. “Essa diferença pode atingir até 60% dependendo da negociação com o fornecedor”, revela o diretor de marcas próprias do Walmart, Antônio Sá.

Mas a evolução desse mercado que, no Brasil, já apresenta 5,1% de participação em valor e está presente em 66 % dos lares do Sul do país, segundo o acompanhamento da Associação Brasileira de Produtos de Marcas Próprias e Terceirização (Abmapro), engloba outras estratégias, incluindo a diferenciação dos estabelecimentos pelos produtos fornecidos exclusivamente por eles.

Divulgação
Antonio: “Diferença de até 60%”.

O Walmart, por exemplo, disponibiliza diferentes marcas próprias Bom Preço (focada no preço), Great Value (produtos de alta qualidade), Sentir Bem (vida saudável) e Equate (higiene pessoal e bebê). “Também interferimos na formulação padrão de alguns produtos para melhorá-los. O ovo de Páscoa que a rede ofereceu neste ano e o panetone são exemplos disso”, aponta.

Até quem trabalha com o conceito de marcas exclusivas, como a Rede Pão de Açúcar, ganha em diferenciação e preço na comparação com as marcas líderes (em média 20% mais baratas).

Embora essa estratégia tenha sido incorporada pelas redes supermercadistas, 15% das farmácias no Brasil já fazem uso do mesmo instrumento.

O grupo Dimed Panvel possui mais de 500 itens. Na comparação com fabricantes de renome mundial, os produtos da rede também são mais em conta, por estar livre das despesas com propaganda. “Esse tipo de estratégia também é bom para o fornecedor que otimiza sua produção sem se onerar com as despesas de marketing”, esclarece Sá.

Leia a embalagem e compare

Se você é daqueles consumidores incuráveis que não acreditam que um determinado produto da marca líder seja exatamente igual ao da marca própria de algum mercado, experimente adicionar ao tempo gasto em suas compras a tarefa de ler exatamente as letras pequenas do verso da embalagem que discriminam a origem do mesmo.

A recomendação é do Coordenador do Curso de Pós Graduação em Marketing na FAE Centro Universitário, Douglas Zela, que é uma referência na construção de marcas.

“Quem precisa economizar deve focar nessas letrinhas na hora de comparar os produtos e experimentar o de menor preço. Garanto que o result,ado será principal será no bolso”, assegura.

Outra recomendação de Zela é que o consumidor tome cuidado mesmo com as marcas próprias.

“O marketing lida com percepções e é comum mesmo entre os itens de marcas próprias essa diferenciação em busca de ganhos maiores. Normalmente, produtos brancos (sem qualquer marca aparente) ou com o nome das próprias redes são os mais econômicos”, orienta.

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