Com a arrecadação em queda, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse nesta terça-feira, 28, que as mudanças que foram feitas no Conselho Administrativo de Recursos Fiscal (Carf) darão mais velocidade e consistência aos julgamentos, o que ajudará a recuperar o caixa do governo.

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Levy ressaltou que a situação fiscal tem grande relevância. “A questão da arrecadação é central”, afirmou. Levy participa de solenidade de reabertura dos julgamentos do conselho, suspensos desde maio por conta de investigação de corrupção no órgão.

O ministro disse ainda que o governo não pode continuar aumentando os gastos, não só os discricionários, como também os obrigatórios. “Temos que revisitar gastos determinados por lei”, acrescentou.

Levy ressaltou que o governo não pode financiar gastos apenas pelo aumento da dívida pública, que já é alta. “É importante estar atento à dinâmica da dívida pública, para que não seja causa de preocupação para investidores”, afirmou.

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Em tom de brincadeira, Levy fez questão de reforçar que os recursos provenientes dos processos já julgados que estão no Carf, cerca de R$ 100 bilhões, podem ajudar a arrecadação federal. “Eu ando caçando esses R$ 100 bilhões que o Carf mandou”, afirmou.

Após reclamar, por diversas vezes, que a arrecadação federal está abaixo do esperado, o ministro reforçou que “impostos têm que ser lançados com clareza e respeitando o contribuinte”.

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Para o ministro, “se a receita é pressionada a arrecadar, arrecadar, arrecadar, pode ter um efeito na eficiência da economia”, com medidas tributárias que, em algumas vezes, podem não ser favoráveis. Levy criticou, mais uma vez, os programas de parcelamento como o Refis, que, para o ministro, são uma prática “negativa”.

Sobre a reformulação do Carf, Levy ressaltou que espera celeridade, imparcialidade e transparência. “Agora é o começo, com conselheiros motivados dentro de um novo regimento muito claro e com investimentos para que as coisas andem”, disse.

O Carf é a última instância administrativa para discussões tributarias. Em março deste ano, a Polícia Federal deflagrou a operação Zelotes, que desbaratou um esquema de propinas e tráfico de influência entre conselheiros do órgão. Depois disso, o governo alterou o regimento interno do conselho, que tem 115 mil processos parados.

Levy cancelou sua participação em entrevista coletiva que ocorre após cerimônia. A participação do ministro na entrevista estava prevista desde ontem e constava da agenda oficial dele.