Os preços de curto prazo do mercado de energia elétrica deverão manter-se elevados porque não se trata de uma questão conjuntural e está relacionada com as mudanças na matriz energética, afirmou nesta terça-feira, 26, o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp. “Temos que dar uma revisada nesse processo, levando em conta o tripé meio ambiente, segurança e custo”, afirmou Chipp, discordando um pouco do presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim.

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Pouco antes, em debate durante o Brasil Windpower 2014, evento do setor de energia eólica, no Rio, Tolmasquim afirmou que a situação do setor elétrico está longe de levar a uma quebradeira de empresas. “O mercado spot está bem equilibrado, com baixa inadimplência”, afirmou Tolmasquim, para quem a solução encontrada pelo governo para lidar com a longa estiagem e a consequente elevação de preços de eletricidade já surtiu efeito.

Pelo lado dos geradores de energia hidrelétrica, segundo Tolmasquim, não há muito o que fazer. “É mais difícil o governo socorrer as geradoras de energia do que as distribuidoras”, disse o presidente da EPE. “As distribuidoras ficaram expostas (ao mercado spot, com preços elevados de curto prazo) involuntariamente. O problema do gerador é que faz parte da regra do jogo que ele tenha que guardar hedge para os anos mais secos”, completou.

Tolmasquim destacou ainda que, por causa da elevação dos preços, as distribuidoras têm um problema financeiro, por conta do cronograma de reajustes de tarifas, mas não têm problemas econômicos.

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