Mudança do patamar do dólar aumentou exportações e reduziu importações, diz CNI

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) informou nesta quarta-feira, 27, que a mudança do patamar do dólar ante o real aumentou as exportações e reduziu as importações da indústria de transformação. Os dados, que estão no Coeficiente de Abertura Comercial do primeiro semestre deste ano, divulgado pela instituição nesta quarta-feira mostra ainda que nos últimos 12 meses encerrados em maio deste ano o Coeficiente de Exportação – indicador que mostra a participação das vendas externas no valor da produção da indústria de transformação -, ficou em 15,8% a preços constantes (excluídos os efeitos de variações dos preços), maior do que os 14,2% registrados em 2015. De acordo com a economista da CNI Samantha Cunha, isso reflete o crescimento das quantidades exportadas pela indústria de transformação.

Os números mostram ainda que a participação dos importados no consumo nacional caiu pelo segundo ano consecutivo. O Coeficiente de Penetração de Importações a preços constantes recuou de 17,2% em 2015 para 16,5% nos 12 meses terminados em maio deste ano. “A forte depreciação do real em 2015 a moeda doméstica depreciou-se 28,8% em termos reais frente ao dólar em um contexto de desaceleração da demanda doméstica reforçou o movimento de queda da participação de importados no consumo doméstico”, avalia a CNI.

A Confederação observou também que a indústria está substituindo insumos importados por nacionais. Isso fica comprovado através do Coeficiente de Insumos Industriais Importados que, a preços constantes, caiu de 24,6% em 2015 para 23,6% nos 12 meses encerrados em maio deste ano. De acordo com a CNI, a substituição dos insumos industriais importados por nacionais é uma estratégia da indústria para reduzir os custos de produção, pois a alta do dólar encareceu as importações.

A pesquisa destacou que, entre 2014 e 2016 (acumulado em 12 mes até maio), a maioria dos setores da indústria de transformação registraram aumento da participação dos insumos industriais importados na produção, contudo, o crescimento da receita com exportações foi maior, o que resultou em alta do coeficiente de exportações líquidas a preços correntes. As exceções são os setores de Equipamentos de Informática, Eletrônicos e Ópticos, Farmoquímicos e Farmacêuticos e Impressão e Reprodução, que registraram redução do coeficiente de exportações líquidas.

Os dados da pesquisa mostram ainda que o saldo entre a receita obtida pela indústria de transformação com as exportações e as despesas com a importação de insumos industriais, ambos medidos em relação ao valor da produção, está aumentando. O Coeficiente de Exportações Líquidas a preços correntes (sem descontar o efeito das variações de preços) aumentou de 4,1% em 2015 para 6,6% nos últimos 12 meses encerrados em maio de 2016.

“O saldo positivo significa que a receita com exportações da indústria de transformação supera o gasto com insumos industriais importados. Esse resultado reflete a reação das exportações, estimuladas pela taxa de câmbio competitiva, em um contexto de desaceleração do mercado interno, e o desestímulo às importações”, avaliou a CNI.

A instituição informou ainda que, a partir desta edição, o estudo realizado em parceria com a Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex) deixa de ser trimestral e passa a ser semestral e agrega os indicadores a preços constantes, que excluem o efeito de variações nos preços e na taxa de câmbio sobre a evolução dos coeficientes. “A metodologia também mudou para aperfeiçoar o cálculo dos coeficientes”, disse o documento divulgado nesta quarta.

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