Brasília (AG) – Clima de euforia no Palácio do Planalto e no Itamaraty. A dois dias da posse do novo presidente do Uruguai, o socialista Tabaré Vásquez, todos apostam no fortalecimento do Mercosul com o retorno dos uruguaios, tidos como ovelhas desgarradas do bloco durante a gestão do atual presidente do país vizinho, Jorge Batlle. No governo brasileiro, a conclusão é de que o Mercosul ficará mais coeso internamente e terá mais firmeza ao conversar com os demais parceiros internacionais.

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Para o presidente do Centro Brasileiro de Estudos Internacionais (Cebri), José Botafogo Gonçalves, é como se o Mercosul recebesse de volta o Uruguai de braços abertos. Segundo Botafogo, Jorge Batlle, talvez por não confiar no bloco, sempre preferiu negociar sozinho com os Estados Unidos. Tanto é que os uruguaios assinaram, em 2004, um acordo de investimentos com os americanos que deverá ser revisto pelo novo governo.

Lula e Vásquez sempre foram amigos e o presidente brasileiro o apoiou publicamente durante a campanha. Essa ligação, acreditam fontes do Itamaraty, poderá amenizar os diversos arranhões nas relações bilaterais entre brasileiros e uruguaios. Jorge Batlle nunca se conformou com as concessões feitas pelo Brasil à Argentina, para ajudar o país a sair da crise, e sempre se queixava do fato de seu país também precisar de compensações do maior sócio do bloco.

Mas nem todos estão otimistas. Para o economista Cristiano Souza, da MCM Consultores, a troca de comando não fará tanta diferença, pois enquanto a Argentina se recupera, o Uruguai segue estagnado. 

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