Os cartões de crédito, débito e de lojas movimentaram R$ 159 bilhões no segundo trimestre de 2011, expansão de 26% ante o mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados nesta terça-feira (30) pela Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). O País fechou junho com um total de 657,2 milhões de cartões emitidos, aumento de 10% ante o mesmo mês do ano passado. Os plásticos emitidos por bancos, lojas e redes de varejo fizeram um total de 2 bilhões de transações entre os meses de abril a junho, alta de 20%.
No primeiro semestre, o volume movimentado em pagamentos com cartões somou R$ 301 bilhões, aumento de 23% ante o mesmo período do ano passado. Somente os cartões de crédito giraram mais da metade desse valor, R$ 176 bilhões no período, alta de 27%.
Na avaliação do presidente da Abecs, Cláudio Yamaguti, o crescimento do setor tem sido puxado pela substituição de meios tradicionais de pagamento (como o cheque e dinheiro) por cartões. Ele destacou ainda o aumento de renda da população, que tem trazido novas pessoas para esse mercado, especialmente das classes C, D e E. “O crescimento foi acima da média”, disse o executivo em entrevista à imprensa.
Outro ponto que contribuiu para o crescimento foi a abertura do mercado de credenciamento a novos competidores, que em julho completou um ano. Com o aumento da competição entre Redecard e Cielo e novas entrantes no setor, como o Santander e o Banrisul, mais estabelecimentos comerciais passaram a aceitar cartões, o que aumentou as transações e os volumes movimentados pelos plásticos.
Yamaguti destaca que houve expansão no número de profissionais liberais, como médicos e táxis, que aceitam cartões. O executivo, além de presidente da Abecs, comanda a Redecard.
Yamaguti cita ainda o crescimento das operações (saques e pagamentos) com cartões de crédito no exterior, em meio a queda do dólar e do euro e do aumento da renda da população brasileira. O valor total de compras feitas com esse meio de pagamento em outros países foi de R$ 4,9 bilhões no segundo trimestre, um crescimento de 22% ante o mesmo período de 2010. “Mesmo com aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), as compras no exterior continuam crescendo”, disse.
Revisão
A Abecs também revisou para cima as estimativas de crescimento para o mercado de cartões neste ano. A expectativa agora é que o mercado cresça 23% em 2011. A previsão anterior era de expansão de 20%. Os cartões devem movimentar ao todo R$ 667 bilhões este ano, incluindo os plásticos de crédito, débito e de varejo.
Yamaguti disse que, apesar da revisão para cima, a estimativa ainda é conservadora. O segundo semestre pode ter crescimento menor que o primeiro, por conta de medidas do governo para o setor, como o aumento do pagamento mínimo da fatura. “Ainda não sabemos os impactos dessas medidas”, disse o executivo.