O Estado/Divulgação
Feira trouxe lançamentos trazidos por 192 espositores. Público alvo de grande parte das 163 de Arapongas é a classe C

Quem casa quer casa. Mas o velho dito popular requer complemento, quem tem casa quer móveis e eletrodomésticos capazes de proporcionar conforto e beleza preservando, acima de tudo, a identidade dos moradores brasileiros. Na primeira agenda do ano da indústria nacional moveleira – a Feira de Móveis do Paraná (8ª Movelpar), realizada na última semana, em Arapongas, noroeste do Paraná – tais critérios pautaram os lançamentos trazidos pelos 192 expositores, entre fabricantes de móveis, colchões e eletrodomésticos.

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Da cozinha aos quartos, passando pela varanda, o que ficou evidente foi um esforço conjunto dos fabricantes em atender a demanda cada vez mais exigente de consumidores da classe C, público-alvo de boa parte das 163 empresas que formam o pólo moveleiro de Arapongas e dos demais fabricantes brasileiros, que participaram da mostra bienal, iniciada há 14 anos. Na Movelpar deste ano, além do aumento do poder aquisitivo dos consumidores, a indústria celebra o impacto positivo, bem como o potencial a ser explorado, dos reflexos de programas de financiamento habitacional, principalmente, o Minha Casa Minha Vida, para as vendas de móveis e eletros. Os números do Instituto de Estudos e Marketing Industrial (IEMI) e da Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel) comprovam isso, o consumo interno de móveis cresceu 13,9% de 2009 para 2010, passando de R$ 25,5 bilhões para R$ 29 bilhões.

“Comprar móveis é o passo seguinte a aquisição da moradia. E maximizar essa necessidade do consumidor oferecendo produtos conforme os desejos e valores é, sem sombra de dúvida, o caminho para cativar nosso mercado interno, atualmente, tão disputado devido ao bom momento de nossa economia”, orienta o gerente do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de Arapongas (Senai Arapongas) e responsável pelo Prêmio Design Movelpar 2011 , Nilson Violato.

Disputado, mas rentável, de 2009 para 2010, o faturamento das indústrias brasileiras de móveis e colchões cresceu 13,3%, passando de R$ 26,2 bilhões para R$ 29,7 bilhões. Isso fez com que a produção de móveis, em 2010, atingisse 10,5% de incremento, de acordo com o IBGE. Tal feito, pela série histórica, não era obtido desde 1986, ano em que a indústria moveleira cresceu 10,9%. O número também deixa claro que mais de 80% da produção moveleira no Brasil é para atender o mercado interno. E o otimismo em relação as vendas é tão grande que, mesmo com a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto brasileiro em 4,5%, a Abimóvel projeta um aumento de 10% nas vendas de móveis e colchões.

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Casa brasileira

Nada mais justo que no momento em que o mercado consumidor nacional é a vedete mundial de quem produz, a população seja respeitada em valores, crenças e preferências na forma de compor os ambientes das residências e escritórios. “Pela força da nossa economia e o grau de maturidade dos profissionais de design podemos, sim, ditar um conceito genuinamente brasileiro, a exemplo do que foi a Semana de Arte Moderna de 22 que, rompeu os padrões impostos por referenciais estrangeiros, para valorizar os referenciais brasileiros na arte”, defende o designer e especialista em Tecnologia de Móveis do Senai-RJ, Demétrius Vasques Cruz.

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Esses desejos, por vezes sufocados pela falta de opção no que é exposto nas lojas, foi objeto de estudo de 10 regionais do Senai, que culminaram na obra Desejos e Rupturas – Referenciais do Mobiliário, lançada na Movelpar deste ano. Por meio de um trabalho etnográfico, que levanta dados qualitativos, os pesquisadores visitaram 68 residências de Norte a Sul do Brasil, e de diferentes padrões de vida, e descobriram uma série de peculiaridades na forma dos brasileiros se relacionarem com o mobiliário dos ambientes que ocupam.

“Nossa indústria ainda é refém de conceitos universais de design como linhas retas e cores neutras, como o malfadado bege, e isso repercute em um baixo nível de satisfação do consumidor nacional. Ele monta ambientes que não preservam sua identidade por falta de opção nas lojas”, analisa o designer e pesquisador Bernardo Senna.

“O livro não tem a pretensão de chegar a um perfil ideal, até porque a sociedade está em constante mudança de hábitos e preferências. A intenção foi demonstrar que esse tipo de pesquisa pode trazer muitos aspectos a serem explorados mercadologicamente e pode gerar diferenciais para a indústria moveleira, desde que ela esteja disposta a ousar um pouco mais”, esclarece o designer do Senai-BA Neymar dos Santos. “Pelo que observamos nas residências, é essa falta de aproximação com que consome móveis no Brasil que faz as pessoas reaproveitarem os móveis e preferir investir em eletros. Os móveis ainda funcionam como utilitários, temos que torná-los objetos de desejo, que comuniquem valores e conceitos de vida, principalmente, o desejo de ser feliz e suas nuances para os diferentes estilos de vida e as diversas tribos que ditam a nossa brasilidade”, acrescenta Cruz.

Divulgação
Espreguiçadeira Itaca ganha destaque. Custa R$ 1,2 mil.

Espreguiçadeira Itaca

Da Varanda Brasil, a cadeira já abrilhantou o mobiliário do Verão da Ilha de Caras e foi uma sensação no evento, por reunir o melhor de uma cadeira de praia com a mobilidade de uma cadeira de balanço. Além disso, a espreguiçadeira tem uma largura maior para garantir conforto e descontração ao usuário. A fibra é sintética e o entrelaçado artesanal, o que garante uma beleza singular ao produto.

Onde encontrar

Em lojas e com o próprio fabricante (www.varandabrasil.com.br)

Preço: na loja R$ 1,2 mil

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Rack Caemmum e Cosmo oferece espaço adequado às TVs

Racks para as LCDs

Caemmum e Cosmo apresentam diversos racks com o objetivos de oferecer um espaço adequado aos aparelhos de LCDs. A profundidade dos móveis diminuiu, mas os recortes e os tipos de revestimentos são inusitados. A Cosmo oferece opções de móveis com impressão em marchetaria e com diversas disposições para a composição do ambiente. Já os racks da Caemmun chama atenção pela gama de cores e texturas. O cinza neblina é uma dos lançamentos de 2011, junto a impressão TX que reproduz as fibras e a textura da madeira.

Onde encontrar

Caemmum: vários endereços, dentre eles a rede Mercadomóveis

Cosmo: www.cosmo.ind.br

Preço: os valores dos racks das duas marcas variam conforme a margem de lucro dos lojistas. Tais produtos podem ser encontrados a partir de R$ 500.

Inspirados em lugares fabulosos

A Maxel trouxe para a Movelpar uma linha de dormitórios inspirada em lugares paradisíacos. O dormitório Ibiza vem com portas e puxadores em tamanhos diferenciados.  Além disso, as linhas infantil e juvenil foram totalmente renovadas e são destaque com cores, detalhes e acessórios exclusivos como o dormitório Bali, que conta com detalhes em vidro serigrafado desenvolvido exclusivamente para a Maxel Móveis.

Onde encontrar: www.maxelmoveis.com.br

Preço: a consultar.