Moratória desordenada levaria à saída do euro, diz grego

A Grécia enfrentará sérias consequências por causa de uma moratória desordenada que acabará levando à saída do país da zona do euro, alertou hoje o primeiro-ministro interino, Lucas Papademos, em um dramático discurso à nação transmitido pela TV. O discurso de Papademos ocorre um dia antes de o parlamento votar o conjunto de medidas mais crucial da história recente do país.

“O parlamento grego deve assumir amanhã uma responsabilidade histórica. Deve examinar e aprovar o novo programa financeiro para a Grécia, o que é uma precondição para a ajuda financeira ao país nos próximos anos”, disse o primeiro-ministro em um discurso pré-gravado que foi transmitido simultaneamente pelas principais emissoras de TV gregas.

As medidas que serão votadas amanhã incluem a redução do salário mínimo e a demissão de milhares de servidores públicos, reformas estruturais e termos de reestruturação da dívida do país. A aprovação das medidas é uma precondição para que a Grécia receba um segundo empréstimo de 130 bilhões de euros de seus credores, que incluem outros países da zona do euro e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Papademos, que tem o apoio de dois partidos políticos, disse que se as medidas forem rigorosamente implementadas a Grécia pode esperar um retorno do crescimento econômico. “Com a implementação fiel do programa, a estabilidade fiscal e a competitividade internacional da economia serão restabelecidas e o país retomará uma trajetória de crescimento sustentável – provavelmente no segundo semestre de 2013. Sem a consolidação fiscal e sem as grandes reformas não existe crescimento”, disse. Ele também atribuiu a prolongada recessão do país, já em seu quinto ano consecutivo, às preocupações em torno da possível quebra do país e sua saída da zona do euro.

Papademos pintou um cenário sombrio para as perspectivas imediatas da Grécia caso as medidas não sejam aprovadas e o país entre em uma moratória desordenada. “Uma moratória desordenada jogaria o país numa aventura desastrosa. Criaria condições para um caos econômico incontrolável e convulsão social”, disse, acrescentando que os depósitos bancários dos cidadãos estariam ameaçados e o país não conseguiria pagar salários e pensões e manter escolas e hospitais funcionando. As informações são da Dow Jones.

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