A agência de classificação de risco Moody’s divulgou nesta quarta-feira, 08, um comentário sobre a situação brasileira após o primeiro turno das eleições presidenciais. O texto, intitulado “Brasil vai para o segundo turno em meio a crescentes desafios econômicos e fiscais”, não é uma decisão sobre a nota soberana, cuja perspectiva foi rebaixada para negativa no mês passado.

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Segundo a agência, o rating do Brasil não depende de quem vencer a eleição e sim da capacidade do novo governo de reverter a deterioração que tem sido observada nas métricas de dívida, na política fiscal e na situação econômica. A Moody’s diz que há pouca clareza nas propostas apresentadas até agora por Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT), o que pode ser uma estratégia política. “Entretanto, de agora em diante, eles terão de deixar mais claro quais serão suas prioridades”, diz o texto.

A Moody’s avalia que o debate econômico deve se focar na oposição entre crescimento e inflação e na gestão das políticas fiscal e monetária. “Com base em ações e declarações anteriores, nós acreditamos que a mensagem econômica de Dilma provavelmente enfatizará o crescimento e programas sociais, enquanto Aécio deve focar mais na estabilidade macroeconômica e a necessidade de reformas.”

A agência afirma que a reação positiva dos mercados financeiros brasileiros após o bom desempenho de Aécio no primeiro turno reflete o que os investidores veem agora como uma disputa apertada entre ele e Dilma e, consequentemente, “uma maior probabilidade de medidas políticas que poderiam aliviar as tendências negativas econômicas e fiscais atuais”.

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A Moody’s afirma que a tendência dos investidores preferirem Aécio ressalta os desafios que Dilma teria em um segundo mandato. Mesmo assim, isso só afetaria o rating do Brasil se a confiança dos investidores no começo do próximo governo aumentasse a probabilidade de mudanças substancias e sustentáveis no perfil de crédito do País.

A Moody’s explica que, independentemente de quem ganhar, o ambiente recessivo e a deterioração das métricas fiscais sugere que o próximo governo vai enfrentar desafios significativos. A agência aponta que, até recentemente, o governo era capaz de conter o impacto negativo do fraco crescimento econômico nas contas públicas, contando com elementos que davam espaço de manobra, apesar de limitado. “Nós acreditamos que esse espaço basicamente acabou e que a próxima administração terá de operar em um ambiente caracterizado pela limitada flexibilidade fiscal”.

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