A agência de classificação de risco Fitch informou em nota, nesta segunda-feira, 11, ter rebaixado em um nível os ratings de depósito de longo prazo em moeda local de cinco bancos brasileiros: Bradesco, Itaú Unibanco, Banco Itaú BBA, HSBC Bank Brasil e Banco Votorantim. Além disso, elevou em um nível o rating de depósito em moeda local de longo prazo do Banco BBM.
Ao mesmo tempo, a Moody’s diz que reduziu seus perfis de risco de crédito individual (BCA, na sigla em inglês) de seis bancos, e elevou as BCAs de três instituições, para refletir a implementação de nova metodologia sobre bancos.
Em sua nota, a Moody’s diz que, em geral, as mudanças de ratings “não refletem nem uma melhora nem uma piora nos fundamentos de crédito dos emissores afetados”. Em vez disso, são “uma consequência da implementação de nossa nova metodologia de bancos”, que seria mais apropriada agora.
Os ratings de depósito na escala global e de dívida sênior não garantida do Bradesco, do Itaú Unibanco e do Banco Itaú BBA foram cortados de Baa1 para Baa2, seguindo a redução de seus BCAs para níveis equivalentes. Já os ratings de depósito de longo prazo na escala nacional brasileira foram reafirmados em Aaa.br.
As mudanças consideram primariamente os níveis de capitalização ajustados dos bancos, que se comparam desfavoravelmente com seus pares globais, “apesar dos índices de capital reportados, que estão consideravelmente mais fortes, fornecerem reservas consideráveis em relação aos requerimentos regulatórios mínimos no Brasil”, segundo a Moody’s. A agência nota a capacidade de reposição de capital por meio da geração interna de receita por esses bancos, o que é apoiado por um alto grau de diversificação da receita e por suas posições dominantes no mercado.
As perspectivas negativas nos ratings globais dos bancos estão em linha com a perspectiva negativa para o rating dos títulos soberanos do governo brasileiro, em Baa2.
No caso do HSBC Brasil, o corte do BCA foi de baa2 para baa3, com a Moody’s apontando a “fraca lucratividade, o seu nível baixo de capitalização ajustada” e o grande volume de captação de mercado para necessidades internas de liquidez. “Após dois anos de lucros e fatia de mercado declinantes, o banco reportou prejuízo líquido em 2014”, afirma a nota. A Moody’s também reduziu a BCA ajustada para o HSBC Brasil em uma nota, para a2, e rebaixou os ratings de depósito em moeda local de longo prazo global para A2. Os demais ratings do banco, incluindo o Aaa.br em depósitos em escala nacional, foram mantidos.
O Banco Votorantim teve seu BCA rebaixado de baa3 para ba1, diante da capitalização fraca, da alta dependência de fundos do mercado e da lucratividade “modesta”, segundo a agência. A Moody’s rebaixou o rating de depósitos em escala global de longo prazo do banco e o rating de dívida sênior dele de Baa2 para Baa3, o rating de curto prazo de P-2 para P-3 e o rating de depósito em escala nacional de Aaa.br para Aa1.br.
O Banco do Brasil teve seu BCA reduzido de baa2 para baa3, mas os ratings reafirmados. “Apesar da alteração no BCA do BB, a Moody’s afirmou os ratings de depósito e de dívida de longo prazo na escala global de Baa2 do banco e seu rating de depósito de longo prazo na escala nacional brasileira de Aaa.br”, afirma a nota.
Banco Ford, BRB-Banco de Brasília e Banco BBM tiveram sua nota de BCA elevada em um grau. Diante disso, a Moody’s elevou o rating da dívida e de depósito do Banco BBM, enquanto os ratings do Banco Ford e do Banco de Brasília foram reafirmados.