A Moody’s Investors Service disse que se o Congresso dos EUA não elevar o limite legal de endividamento do governo do país nas próximas semanas, ela deverá colocar o rating (classificação de risco) da dívida norte-americana em revisão para possível rebaixamento, por causa do risco, muito pequeno, mas em elevação, de um default (calote).
Segundo a Moody’s, se o Congresso elevar o limite da dívida e um default for evitado, o rating Aaa será mantido. “Contudo, a perspectiva do rating dependerá do resultado das negociações sobre a redução do déficit. Um acordo com credibilidade para uma redução substancial do déficit apoiaria uma perspectiva continuamente estável; a falta de tal acordo poderia levar a Moody’s a mudar para negativa a perspectiva do rating Aaa”, diz o comunicado.
A agência acrescenta que, embora esperasse debates políticos antes de uma elevação do limite legal de endividamento, “o grau de entrincheiramento em posições conflitantes superou as expectativas. A elevada polarização em torno do limite da dívida aumentou as chances de um default de curto prazo. Se essa situação permanecer inalterada nas próximas semanas, a Moody’s vai colocar o rating em revisão”.
O texto diz ainda que “a Moody’s havia indicado anteriormente que sua perspectiva estável para o rating Aaa se baseava na premissa de que haveria progresso significativo nos próximos 18 meses na adoção de medidas para reverter a trajetória altista da dívida do país. As negociações sobre o limite da dívida representam uma oportunidade real, no curto prazo, para um acordo em torno de um plano de consolidação fiscal. Se essa oportunidade for desperdiçada, a Moody’s acredita que a probabilidade de qualquer coisa significativa ser feita antes da próxima eleição presidencial será reduzida, em parte por que cada um dos dois partidos espera capturar tanto uma maioria no Congresso como a Presidência nas eleições de 2012, depois das quais o partido vencedor poderia implementar sua própria agenda. Por isso, o fato de não se conseguir um acordo nas negociações em andamento aumentaria a probabilidade de uma perspectiva negativa no curto prazo, porque a trajetória altista da dívida continuaria no lugar. No momento, esse parece ser o resultado mais provável, na opinião da Moody’s”.
A agência ressalva que “se o limite da dívida for elevado por um período curto, para permitir a continuação de negociações em torno de um acordo de longo prazo, a Moody’s poderá adiar qualquer medida em relação à perspectiva do rating, dependendo do resultado daquelas negociações, com base na premissa de que pareça provável que as negociações consigam conduzir a uma mudança significativa na trajetória da dívida”. As informações são da Dow Jones.