Moody’s: juro real de 4% pode ser alcançado após 2015

O diretor da Moody’s, Mauro Leos, disse que é possível que o juro real no Brasil volte para o patamar entre 3% e 4% no médio prazo, depois de 2015. Dessa forma, o juro nominal poderia tender para o patamar de 10% nesse período. “Não descartamos que a Selic poderá ir para 10% no médio prazo”, afirmou em entrevista na tarde desta quinta-feira,3, em São Paulo.

“A taxa de juro real de 4% pode ser alcançada depois de 2015.” Ele ressaltou, no entanto, que essa não é uma projeção para os juros no Brasil. Segundo Leos, há uma tendência de queda no longo prazo e de convergência a padrões internacionais, o que levaria o juro para um nível mais baixo à frente.

Com relação ao atual ciclo de aperto monetário, ele disse que a “mensagem do BC é que está perto o fim do ciclo de aperto monetário”.

Rating

Leos afirmou que a agência internacional de rating muito provavelmente não deverá alterar o rating e a perspectiva do Brasil em 2014 e no próximo ano. “Não vemos sinais de mudanças

da perspectiva para o Brasil em 2015, mesmo que PIB cresça apenas 1%”, destacou. “Esta seria uma taxa de expansão baixa do PIB, mas mais importante que os números são as políticas adotadas pelo futuro governo. Então, se a próxima administração adotar medidas adequadas na área fiscal e para aumentar o controle da inflação, o crescimento pode diminuir, mas em função de ajustes favoráveis para a economia no médio e longo prazos”, ponderou.

“É improvável que tomemos decisão sobre perspectiva do Brasil em 2015”, ponderou. “Estimamos que o crescimento neste ano ficará ao redor de 2%, com inflação próxima a 6%. E vemos que esse cenário de crescimento baixo e inflação alta deve ser mantido nos próximos dois ou três anos.” A companhia estima que o superávit primário deve atingir 1,8% do PIB neste ano.

“Como não esperamos mudanças nessa conjuntura, não esperamos surpresas positivas nem negativas para a economia do País no curto prazo.”, disse.

Petrobras

Leos disse também que o próximo presidente da República terá de lidar com a questão da previsibilidade dos preços dos combustíveis. Segundo ele, hoje não há uma política clara de preços da Petrobras.

A transparência na política de preços, segundo ele, “será importante para a decisão de rating”, sem especificar se falava da nota da companhia ou do Brasil. “Hoje não há política clara sobre os preços da Petrobras”, disse.

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