O gabinete do ministro de Finanças de Portugal, Vítor Gaspar, disse em um comunicado que a agência de classificação de risco Moody’s, ao rebaixar o rating de crédito do país para o território especulativo (junk), ignora algumas das medidas adotadas pelo governo para reduzir o déficit orçamentário.
Segundo o texto, a decisão da Moody’s não leva em conta os potenciais efeitos de um imposto que repassará aos cofres públicos o equivalente a 50% do décimo terceiro salário dos portugueses neste ano. “Esta medida constitui a prova da determinação do governo em garantir os objetivos do déficit para este ano, incluindo medidas que não estejam previstas nos memorandos de entendimento”, informou o comunicado.
O gabinete do ministro disse também que o rebaixamento no rating ignora “o amplo consenso político que suporta a execução das medidas acordadas com a troica”, grupo formado pelo Fundo Monetário Internacional, pela Comissão Europeia e pelo Banco Central Europeu, e que “o resultado das eleições de 5 de junho passado propicia inegavelmente condições favoráveis para o cumprimento integral dos objetivos macroeconômicos e das reformas estruturais acordadas com os nossos parceiros europeus e internacionais”.
A Moody’s reduziu hoje o rating de crédito de Portugal em quatro graus, para Ba2, de Baa1, atribuindo perspectiva negativa à nota. Ela também foi a primeira das três grandes agências de classificação de risco a colocar o rating português no grau especulativo. As duas outras agências, Standard & Poor’s e Fitch, classificam Portugal em BBB-, rating que representa o nível mais baixo da categoria de grau de investimento em suas respectivas escalas.