Quarta maior economia da zona do euro, a Espanha sofreu hoje um novo revés: uma das mais influentes agências mundiais para avaliação de risco de crédito advertiu que pode anunciar uma opinião mais pessimista a respeito da sanidade financeira do país.
Em outros termos, nos próximos meses a Moody’s pode avisar ao mercado de que o país ibérico se tornou um lugar (ainda mais) arriscado para investir.
O aviso tem consequências bastante práticas para as finanças espanholas.
Países regularmente vão a mercado para tomar recursos e financiar as contas do Estado. Para tanto, vendem títulos (pedaços da dívida pública) a investidores, prometendo devolver o valor pago mais juros num prazo que pode se estender de 12 meses a vários anos.
As agências internacionais como a Moody’s ou a S&P costumam dar “notas” para esses títulos, ponderando o risco de um país saldar ou não sua dívida na data e condições previstas.
O que a agência Moody’s fez hoje foi antecipar que, na próxima revisão da “nota” atribuída aos papéis espanhóis, há maiores chances de uma piora.
Hoje, a “nota” ou “rating” atribuído aos títulos emitidos pelo Tesouro espanhol é de “Baa3”, conforme a metodologia dessa agência. Essa nota não foi revisada.
Porém, a Moody’s atribuiu uma perspectiva “negativa” a esse “rating”, o que é simplesmente uma advertência para o possível rebaixamento dessa nota no curto prazo.
Caso essa advertência se concretize, menos investidores vão se mostrar dispostos a emprestar ao Tesouro espanhol. E para os investidores que sobrarem, fatalmente o país ibérico terá que prometer juros ainda mais altos, o que tende a comprometer a saúde das contas públicas.
