O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro Neto, não vai integrar o conselho de administração do BNDES porque a Constituição veda a participação de parlamentar em função remunerada por empresa pública, segundo a sua assessoria. Monteiro Neto é senador pelo PTB de Pernambuco, mas está licenciado para comandar a pasta do Desenvolvimento. O presidente do conselho de administração do BNDES será o secretário-executivo do MDIC, Ivan Ramalho. O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ocupará a vaga deixada pelo ex-secretário de Política Econômica, Márcio Holland, mas como integrante do conselho do banco, poderá acompanhar mais de perto as decisões do banco.

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No pilar da política econômica traçada por Levy está justamente o fim da política de empréstimos do Tesouro Nacional ao BNDES. Esses empréstimos serviram para financiar as empresas com taxas subsidiadas pelo Tesouro e também contribuíram para operações de triangulação financeira de reforço das receitas da União, que abalaram a política fiscal brasileira. Logo no primeiro dia em que foi indicado para o cargo de ministro, Levy deixou claro que iria reduzir o tamanho da participação do BNDES no financiamento dos investimentos com recursos subsidiados pelo Tesouro.

Dentro dessa estratégia, também está a elevação da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), que serve de referência para os empréstimos do BNDES. A ida de Levy para o conselho de administração amplia, portanto, o espaço de atuação do ministro da Fazenda. Na gestão anterior, o ex-ministro Guido Mantega ocupava o cargo de presidente do conselho da Petrobras e a presidência do conselho de administração do BNDES sempre ficou com o ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. As nomeações de Levy e Ivan Ramalho para o conselho estão publicadas no Diário Oficial da União de hoje, que traz também ato da presidência da República tornando sem efeito a nomeação, feita no início de janeiro, de Monteiro Neto para a presidência do conselho do banco.

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