O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Armando Monteiro, disse nesta quinta-feira, 26, que o livre comércio no setor automotivo entre Brasil e México está descartado. Segundo ele, se houver a renovação do acordo entre os dois países, terá de ser ainda no sistema de cotas e deverá considerar a realidade atual do mercado brasileiro. “O livre comércio não está colocado para nós”, afirmou após reunião no Ministério da Fazenda com o ministro Joaquim Levy.
Os negociadores brasileiros embarcam hoje para a Cidade do México, onde terão uma nova reunião com o governo mexicano amanhã. O acordo automotivo entre os dois países vence no dia 18 de março. Atualmente, cada país pode exportar para o outro até US$ 1,64 bilhão num período de 12 meses, sem pagamento de imposto de importação.
O acordo em vigor previa também o início do livre comércio a partir de 19 de março. No entanto, o governo brasileiro entende que a conjuntura atual das montadoras brasileiras e o déficit da balança comercial não permitem a mudança.
Monteiro disse que uma discussão sobre livre comércio teria de ser mais ampla envolvendo outros setores. Ele lembrou que o Brasil já tem um acordo com o México que abrange um universo tarifário relativamente pequeno. “Essa perspectiva de livre comércio precisa ser olhada com todo o universo tarifário”.
O ministro afirmou que ainda não foi definido o tamanho da cota para o setor automotivo em caso de renovação do acordo. Segundo ele, também há uma discussão sobre a forma de distribuição das cotas entre as empresas e sobre o porcentual que será exigido para a regra de origem das peças utilizadas nos veículos.