Após deixar uma reunião de mais de uma hora na sede da Fiesp, entidade que tem criticado duramente o aumento de impostos do ajuste fiscal, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Armando Monteiro, admitiu nesta terça-feira, 14, a possibilidade de alterações que melhorem a competitividade da indústria nas medidas que tramitam no Congresso Nacional. “Há um espaço (para mudanças) que se coloca sempre na tramitação de muitas dessas medidas no Congresso Nacional.”

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Monteiro comentou a reclamação do setor industrial de que está sendo mais prejudicado pelo ajuste promovido pelo governo. “O melhor ajuste fiscal é aquele que impõe custos a todos. Quando um processo de ajuste só impõe custos a um setor é porque ele está se dando de maneira inadequada”, disse.

Ao lado de Paulo Skaf, que frequentemente critica o governo por não cortar gastos, o ministro disse que um ajuste do tamanho do implantado pela equipe econômica não poderia ser feito sem o aumento de arrecadação. “Eu tenho dito que gostaria que o processo de ajuste se desse todo pela racionalização e corte de gastos, mas com natureza da economia brasileira, sobretudo na rigidez dos gastos públicos, não há espaço para promover um ajuste desta magnitude somente na área dos gastos”, disse o ministro, que lembrou que parte do aumento de impostos foi feito com a revisão de desonerações recentes.

Para Armando Monteiro, o ajuste é necessário para que o País reequilibre suas contas e retome a importância no cenário do comércio internacional. O ministro, lembrando que não há “ajuste indolor”, desejou apenas que o processo se dê de forma rápida. “O maior custo é o de não promover os ajustes.”

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Balança comercial

Monteiro disse também que o País gerará “um pequeno superávit” na balança comercial em 2015. Ele comentou o relatório da Organização Mundial do Comércio divulgado hoje e que prevê retração das exportações para 2015 e 2016, mas fez sua própria previsão, “ciente das responsabilidades” do cargo.

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“Claro que eu gostaria que esse resultado se desse pela ampliação da corrente do comércio, mas isso não será possível dado o contexto da conjuntura externa. Vamos ter sim um resultado favorável. Não teremos déficit, geraremos um pequeno superávit”, disse o ministro, que ancora suas expectativas de superávit ao câmbio e à conta petróleo, que gerará um déficit menor em 2015.