As montadoras paranaenses deixarão de produzir 11,7 mil autoveículos e máquinas agrícolas neste final de ano, por causa das férias coletivas. Mesmo assim, o cenário para o setor é bem melhor que o do ano passado, já que todas as empresas falam em fechar o ano com crescimento na produção e nas vendas.

A Renault do Brasil dará 20 dias de férias coletivas aos 2.650 funcionários, de 15 de dezembro a 3 de janeiro. A paralisação atinge as fábricas de veículos de passeio, veículos utilitários, motores e a administração. Neste período, 5,8 mil veículos e 16,2 mil motores deixam de ser produzidos. A cadência diária é de 265 automóveis de passeio, 60 utilitários (na fábrica conjunta com a Nissan) e 900 motores.

A aliança Renault/Nissan estima a fabricação de 71 mil veículos e 161 mil motores em 2003, sendo 60% dos motores voltados à exportação. Só a Renault prevê vender 57 mil veículos neste ano, elevando a participação no segmento de automóveis de passeio de 4,3% para 4,4%, porém mantendo-se na quinta posição do ranking nacional. Para a fábrica de motores, a montadora estima 245 mil unidades em 2004.

Na Volkswagen/Audi, os 2,4 mil trabalhadores terão 10 dias de férias coletivas, de 22 de dezembro a 2 de janeiro, deixando de fabricar pelo menos 3,5 mil automóveis. A produção diária está oscilando entre 350 e 400 carros, sendo a metade do volume de Fox. A empresa havia dado 10 dias de férias em junho, para ajustar a linha de produção para o novo modelo. Como a fábrica está precisando da mão-de-obra para dar conta dos pedidos, os trabalhadores aceitaram a folga geral durante 10 dias e um abono pecuniário para compensar os 10 dias “vendidos” de férias.

Os empregados da Volks/Audi estão trabalhando 7h38 diárias, uma hora a mais do que a jornada normal, para pagar o banco de horas. De janeiro a setembro, em função da recessão, houve trabalho somente em três sábados. Em novembro, houve produção todos os sábados e no último domingo. “A produção está aumentando porque o novo carro (Fox) está vendendo mais que o previsto”, comenta o coordenador da comissão de fábrica, Jamil d?Ávila. Ele calcula que a produção feche entre 90 mil e 92 mil unidades, um pouco abaixo da meta acertada na PLR (Participação nos Lucros e Resultados), de 94 mil carros. Até outubro, foram produzidos 69 mil veículos.

Para 2004, as perspectivas são positivas. “O mercado sinaliza que vai crescer, mas ainda não está deslanchando”, observa Jamil. Por causa da demanda pelo Fox, a Volks/Audi já estuda a reabertura do terceiro turno. Segundo Jamil, isso significaria a abertura de 300 a 800 novos empregos. Os trabalhadores já receberam R$ 1,2 mil da PLR em junho. Se atingirem as metas, ganham mais R$ 1,1 mil em janeiro, além de um abono de R$ 600 previsto no acordo de abril de 2002.

Pesados

Na Volvo do Brasil, 80% dos 1,8 mil empregados estarão em férias coletivas de 22 de dezembro a 2 de janeiro. Permanecem equipes dos serviços essenciais de manutenção predial, máquinas e equipamentos, contabilidade, área financeira e atendimento ao cliente. No período de folga, deixam de ser produzidos 360 veículos, sendo 240 caminhões pesados, 80 semipesados e 40 ônibus. Com o ingresso no segmento de semipesados, em setembro, a montadora projeta ligeiro crescimento sobre o volume vendido no ano passado (4.318 caminhões). Até novembro foram comercializados 4.062 caminhões pesados, 3,4% mais que no mesmo período de 2002 – representando 24,95% do mercado – além de 199 semipesados.

Máquinas agrícolas

Na Case New Holland, as férias coletivas dos 2.130 funcionários serão divididas por setores: 30 dias, a partir de 15/12 para a fábrica de tratores; 20 dias, a partir de 22/12 para a fábrica de colheitadeiras; e 10 dias, a partir de 22/12 para o setor administrativo. Com as paradas, deixam de ser produzidos cerca de 1.750 tratores e 320 colheitadeiras. De janeiro a novembro, foram produzidos 9.766 tratores, 0,04% mais que em 2002. Nas colheitadeiras, o crescimento foi de 22,8%, totalizando 3.051 unidades. Para 2004, a CNH projeta expansão de 10% na produção.

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