A indústria automobilística foi uma das primeiras a sentir os efeitos da crise. E agora é uma das primeiras – ou a única – a mostrar sinais de recuperação. A vida está voltando ao normal nas linhas de montagem, embora muitos ainda tenham medo de que a recuperação seja provisória, uma minibolha de consumo por causa da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
O corte do imposto, que reduziu os preços dos automóveis entre 5% e 7% em média, deveria durar até o fim deste mês. Mas há um movimento intenso, dentro e fora do governo, para que a medida seja prorrogada por mais três meses. Ela é vista como uma das poucas ações do governo de combate à crise que deram resultados efetivos até agora. Após despencar 25% em novembro, para 177,8 mil unidades, as vendas subiram 9% em dezembro, quando o corte do IPI entrou em vigor, para 194,5 mil veículos. Em janeiro, a alta foi de 1,5% (197,5 mil) e em fevereiro de 0,9% (199,3 mil).
Diante da demanda, que até gerou fila de espera para alguns modelos, na semana passada a Volkswagen chamou sete mil funcionários da fábrica de São Bernardo do Campo e cinco mil da de Taubaté para trabalho extra em três sábados de março, o primeiro deles ontem. Horas extras estavam suspensas desde o fim do ano passado. A Fiat também convocou 12 mil funcionários para repor produção em três sábados deste mês e tem colocado a turma do segundo turno para trabalhar 45 minutos a mais diariamente.