Julho não foi um dos melhores meses do ano para a indústria automobilística brasileira. O mês registrou forte queda na produção, venda e exportação de veículos, quando comparado com o mês anterior, junho. A venda de 138,7 mil veículos no mercado interno, por exemplo, representou um recuo de 6,6%, segundo balanço divulgado ontem pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).
As exportações, que atingiram em junho US$ 1,01 bilhão, seguiram a mesma linha e registraram em julho uma baixa de 6,6% na mesma comparação. Quanto à produção, as empresas associadas disseram ter fabricado 202,4 mil unidades em julho, uma redução de 6,3% sobre junho.
As quedas são ainda mais significativas porque julho é um mês que tradicionalmente apresenta boas vendas. Segundo a Anfavea, nos últimos cinco anos, o mês de julho apresentou média de crescimento de 4,5% sobre junho.
Na comparação com julho do ano passado, no entanto, houve crescimento. Na produção, o incremento foi de 7,8%; nas vendas, a expansão foi de 3,7%; e nas exportações, o avanço foi de 25,8%. Esses números fazem com que o presidente da Anfavea, Rogelio Golfarb, prefira falar em desaceleração. ?Já esperávamos arrefecimento do crescimento com essa taxa de juros e este câmbio. Não tem muita ciência ou achismo, uma hora os dados macroeconômicos vêm?, afirma.
Apesar de admitir que as previsões feitas anteriormente de fechar o ano com crescimento de 7% nas exportações e de 5,4% para produção estejam ultrapassadas, Golfarb prefere não arriscar novos números. ?Há muita volatilidade e pode ser que o que falamos hoje tenhamos que mudar daqui a pouco?, afirmou.
