As montadoras de veículos instaladas no Brasil querem voltar a vender no mercado interno até o final de 2006 um total de 2 milhões de unidades. Para isso, contam com políticas do governo para o setor que garanta o crescimento sustentado e a manutenção dos investimentos no País, principalmente em um momento onde países do leste europeu, China e Índia ganham competitividade nos produtos e a preferência do mercado internacional. Se conseguir vender as 2 milhões de unidades, a indústria estará voltando ao patamar de 1997, considerado o melhor ano para o setor. Neste ano, a indústria nacional pretende vender 1,540 milhão de unidades.

“Precisamos de uma política de longo prazo que possibilite segurança de crescimento sustentado para o setor. O presidente Lula disse que isso vai de encontro com a política do governo. Não vamos pedir nada que afete o superávit primário e prejudique a política fiscal do governo, mas precisamos de uma política que combine redução de impostos com mecanismos de financiamento de crédito. Questões imediatistas precisam ser deixadas de lado para dar lugar a uma política de longo prazo”, afirmou Rogélio Goldfarb, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Goldfarb explicou que 70% das vendas das montadoras são financiadas e que um crédito mais acessível influencia muito no poder de compra do consumidor. Ele admitiu que esse crescimento é uma meta agressiva que prevê alta anual de quase 10% nas vendas. Mas o presidente da Anfavea lembrou que em 1997, quando as vendas atingiram os 2 milhões de unidades, os juros eram maiores.

Em outubro, as vendas de veículos nacionais e importados no mercado interno caíram 0,6% na comparação com setembro e tiveram redução de 2,8% em relação a outubro de 2003. No entanto, não há inversão de tendência e as vendas devem encerrar o ano com uma alta de 7,8%.

As montadoras e as concessionárias encerraram o mês de outubro com 144.653 veículos em estoque, o que representa 32 dias de venda. Goldfarb disse que espera que 2005 represente o ano dos acordos internacionais.

“Gostaríamos que 2005 fosse um grande ano das negociações internacionais. O Brasil está avançando nos acordos com a União Européia e uma agenda para a formação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) deve ser apresentada. O governo também está conversando com a África do Sul. Os tratados devem ser assinados no final do ano, portanto não podemos contar e projetar acordos adicionais, mas acreditamos que haverá avanços significativos”, afirmou, acrescentando que os acordos intramercosul são importantes para a base dos acordos do ano que vem.

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