As montadoras de veículos estão ditando a dinâmica da geração do emprego industrial no Paraná. Só em maio, o setor registrou crescimento do nível de emprego de 24,2% – bem acima da média de todos os setores, que foi de 2,7%, na comparação com maio do ano passado. A taxa de crescimento do emprego no Paraná foi a terceira maior do País em magnitude, atrás da região Norte e Centro-Oeste (3,1%) e da Bahia (2,9%) e acima da média nacional, que ficou em 2%. Os dados fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário, divulgada ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
?Esse setor (fabricação de meios de transporte) cresce em todo o País, especialmente pelo aumento da demanda no mercado interno?, apontou a economista Denise Cordovil, da Coordenação da Indústria do IBGE. ?O ano de 2004 foi muito bom para a indústria por conta das exportações. Já esse ano o mercado interno também está contribuindo para impulsionar a indústria?, comparou.
No Paraná, o emprego industrial cresceu pelo quinto mês consecutivo, com resultado positivo em 13 setores e negativo em cinco. Além da atividade ?fabricação de meios de transporte?, outros setores que registraram bom desempenho no emprego foram ?alimentos e bebidas?, com crescimento de 5,3%, e ?produtos químicos?, com alta de 22,4%. ?A indústria de alimentos é intensiva em mão-de-obra e as commodities estão em ambiente de preço favorável?, destacou a economista. Em sentido contrário, a indústria da madeira apresentou o maior impacto negativo (queda de 18,4%), seguida pelo setor de produtos de metal (-7,4%).
No acumulado do ano (janeiro a maio), o emprego industrial cresceu 2%, puxado pelas indústrias de meios de transporte (com crescimento de 21,3%), alimentos e bebidas (6,1%) e produtos químicos (19,3%). Já os setores com queda no emprego foram madeira (-14,5%) e produtos de metal (-8,7%).
Já no acumulado dos 12 meses, o nível de emprego industrial do Paraná apresentou variação de 0,01%. ?Gradativamente, o emprego na indústria do Paraná está melhorando?, analisou Denise Cordovil. No acumulado dos 12 meses até março, o índice era de -1,1% e, até abril, de -0,6%.
Folha de pagamento
Os setores que mais empregam são também aqueles que mais promovem aumentos salariais. Nesse sentido, o setor de meios de transporte registrou aumento de 14,6% na folha em relação a maio do ano passado e o setor de máquinas e aparelhos eletroeletrônicos aumento de 34,2%. No lado oposto, a indústria da madeira registrou queda de 28,1% na média salarial. Em maio, a folha de pagamento na indústria paranaense registrou avanço de 4,3% – mesmo índice do nacional.
Já no acumulado do ano, o Paraná apresentou a menor taxa entre 14 regiões pesquisadas pelo IBGE, com crescimento de 3%. A média nacional ficou em 4,6%.
País
No País, a taxa de emprego cresceu 2% em maio, na comparação com igual mês do ano passado, com resultados positivos em todas as 14 regiões pesquisadas, e crescimento em treze setores. Pressionaram positivamente a média do País as indústrias de alimentos e bebidas (4,0%), máquinas e equipamentos (6,8%) e meios de transporte (5,5%). Por outro lado, os impactos negativos mais importantes vieram de vestuário (-4,2%), calçados e artigos de couro (-4,3%) e madeira (-4,5%).
No acumulado janeiro-maio, houve aumento de 1,5% no pessoal ocupado em relação a igual período do ano passado, com doze locais e doze ramos contribuindo positivamente.