As montadoras e representantes de mais nove setores industriais voltam a se reunir novamente com as siderúrgicas no final do mês. O objetivo do encontro, que deverá ser intermediado pelo ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, é conter o aumento do preço do aço para o mercado interno.
“O aumento do preço do aço cria dificuldades para a indústria, pois pressiona os custos e não temos como repassá-los, pois o consumidor não aceita. Mas a siderúrgica não vende para o consumidor final e sim para as indústrias e assim tem mais facilidade de repassar aumentos”, disse o presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Rogélio Golfarb.
Além disso, segundo ele, as siderúrgicas “dolarizaram” o preço do aço para o mercado interno. “Já que as siderúrgicas aumentam o preço do aço quando o mercado interno está aquecido, deveria ocorrer o contrário quando houvesse uma desaceleração na demanda internacional”, afirmou Golfarb.
De acordo com o executivo, poderá haver ainda uma outra reunião, desta vez por segmentos da indústria. “Existem diferenças entre os setores e cada um pode ter necessidades diferentes. Daí a necessidade de uma reunião separada.”
Tarifa de importação
A Anfavea não descarta reivindicar uma redução da tarifa do aço, que gira em torno de 13%. “Somando ao frete e outros custos financeiros, existe uma proteção de até 33% na importação do aço”, disse Golfarb.
No entanto, o executivo afirmou que a prioridade da Anfavea é “negociar incansavelmente” uma solução para o impasse.
“Vamos pedir gradualidade e bom senso (na reunião). A siderurgia é uma indústria de base e sustenta toda a indústria no País”, disse.
Vendas
As vendas de veículos novos cresceram 6,6% em maio na comparação com abril. No mês passado foram vendidos para o mercado interno 123.086 unidades, contra 115.458 de abril. Na comparação com maio de 2003, quando foram comercializados 106.865 veículos, houve aumento de 15,2% nas vendas.
No acumulado do ano, as vendas totalizam 592.386 unidades, um crescimento de 7,9% sobre o mesmo período de 2003.
Produção
Números da Anfavea divulgados ontem mostram que foram produzidos 177.272 veículos em maio, um crescimento de 4,3% em relação a abril. Na comparação com igual mês do ano passado, quando a produção atingiu 164.682 unidades, o crescimento foi de 7,6%. De janeiro a maio, o setor produziu 848.976 veículos, 12% a mais do que no mesmo período de 2003.
Exportações
No mês passado, o País exportou US$ 617,751 milhões em veículos e máquinas agrícolas, volume 4% inferior ao de abril.
Na comparação com maio de 2003, entretanto, há um crescimento de 47,9% nas exportações.
No ano, as vendas externas de veículos e máquinas agrícolas totalizam US$ 2,909 bilhões, aumento de 57% sobre o mesmo período do ano passado.
Exportação e agronegócio criam empregos
A exportação e o bom desempenho do agronegócio brasileiro estão ajudando a gerar empregos na indústria automotiva. Só no mês passado foram criadas 962 vagas no setor, segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). Com isso, a indústria fechou o mês de maio com 93.951 empregados, um aumento de 1,8% em relação ao mesmo mês de 2003. Na comparação com abril, o crescimento foi de 1%.
“Esse movimento está focado nas exportações e no agronegócio. O nível de emprego deve crescer na medida em que houver maior crescimento da atividade econômica”, disse o presidente da Anfavea, Rogelio Golfarb.
No mês passado, a indústria automotiva exportou o equivalente a US$ 617,75 milhões em veículos e máquinas agrícolas, um aumento de 47,9% em relação a maio de 2003.
No acumulado do ano, as exportações alcançaram US$ 2,90 bilhões, um avanço de 57,1% na comparação com os primeiros cinco meses do ano passado.
Segundo Golfarb, é preciso ainda incentivar as vendas de veículos para o mercado interno para sustentar o crescimento do emprego no setor. “O nível da ociosidade é superior a 40%, um nível elevado.”
Em maio, foram vendidos 123,08 mil veículos para o mercado interno, um aumento de 6,6% na comparação com abril e de 15,2% em relação ao mesmo mês de 2003. No ano, foram vendidas 115.458 unidades, um crescimento de 7,9% em relação ao mesmo período do ano passado.
Golfarb afirmou que esses números estão em linha com as projeções da Anfavea para 2004, que prevê a comercialização de 1,429 milhão de veículos, o que dará um aumento de 7,8% em relação a 2003.
Para as exportações, a Anfavea estima uma receita de vendas para o mercado externo de US$ 5,5 bilhões em 2004, montante 20% superior ao registrado no ano passado.