Montadoras estruturam novo acordo

O setor automotivo pode ser beneficiado por um novo pacote de incentivos do governo federal. Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sinalizou que há disposição por parte do governo de negociar um novo acordo. No entanto, ele depende de um entendimento entre as próprias montadoras, que de agosto de 2003 a fevereiro de 2004 foram beneficiadas pela redução da alíquota do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) do carro zero de até 2.000 cilindradas.

“Nós sempre estivemos dispostos a conversar e negociar. Mas antes de negociarmos qualquer acordo, as empresas do setor precisam encontrar um entendimento entre elas”, disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, José Lopez Feijó.

Segundo ele, as montadoras ainda não chegaram a um consenso sobre qual tipo de carro pretendem incluir num possível acordo automotivo. Parte delas defende incentivos fiscais para os modelos bicombustíveis.

Uma outra segue a mesma linha de raciocínio do governo federal e de sindicalistas, que pedem incentivos para a produção de carros populares. “Não existe motivo para criar incentivos para facilitar a compra de carros mais caros. O público que precisa de incentivo é aquele que vai comprar um carro popular”, afirmou Feijóo.

Por enquanto, segundo o sindicalista, não há nenhuma reunião agendada entre montadoras, revendas e fabricantes de autopeças para negociar um novo acordo automotivo.

O acordo desenhado pelos sindicalistas é similar ao fechado em 1992, quando o governo reduziu impostos e as empresas abriram mão de parte da margem de lucro para incentivar a venda de carros populares.

Renovação da frota

A Trevisan Consultoria Empresarial – que colaborou com a proposta da CUT para um novo acordo automotivo – prevê que um programa de renovação da frota possa ampliar em até 300 mil o número de unidades de carros novos vendidos por ano para o mercado interno.

O cálculo leva em conta um pacote de incentivos para os trabalhadores com renda mensal de até 12 salários mínimos.

Para esse público, haveria a criação de um programa de venda subsidiada do carro zero. A idéia é permitir que essa fatia da população possa comprar em até 48 parcelas fixas de R$ 400 um carro novo. Para que o programa seja viável, as montadoras terão de abrir mão de parte de suas margens de lucro, o governo arrecadará menos impostos e os juros terão de ser reduzidos.

Segundo a Trevisan, o custo mensal de manutenção desse carro seria de R$ 160. Com mais R$ 240 por mês, o mesmo trabalhador poderia arcar com o pagamento da prestação de R$ 400 do financiamento da compra de um carro zero.

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