Após as demissões anunciadas anteontem pela Volvo do Brasil, os impactos da crise na economia internacional devem forçar as montadoras do ramo automotivo de Curitiba e São José dos Pinhais a adotarem outras medidas para se adaptar à atual conjuntura do mercado. Com a queda nas vendas do setor, as empresas já anunciam férias coletivas a partir deste mês para reduzir o ritmo de produção.

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A queda de 22,28% nas vendas de automotores verificada em novembro, na comparação com outubro, de acordo com a Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), confirmou a expectativa negativa das próprias montadoras que agora passam a agir, já que a queda de novembro representou um banho de água fria no setor que, até o primeiro semestre, vinha superando metas de produção e receita.

Nos primeiros seis meses do ano, as vendas de veículos (automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motos, implementos rodoviários e outros) haviam crescido 27,14% no varejo, se comparado com o mesmo período do ano anterior.

Desde ontem, os setores de montagem de motores e dos veículos de passeio da fábrica da Renault, em São José dos Pinhais, entraram em férias. De acordo com a montadora, esse pessoal só retorna ao batente no dia 7 de janeiro.

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A Renault informou que os funcionários da linha de montagem de utilitários devem entrar em recesso a partir do próximo dia 22, com volta prevista também para o dia 7 de janeiro.

Já a fábrica da Volkswagen, também de São José dos Pinhais, deve deixar em casa cerca de 3,5 mil metalúrgicos, a partir do dia 8 (segunda-feira). De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, os trabalhadores só devem retornar no dia 5 de janeiro. A Volkswagen de São José já havia adotado as férias coletivas para os funcionários do segundo e terceiro turnos durante o mês de novembro.

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De acordo com a Fenabrave, em novembro, no entanto, os emplacamentos de caminhões caíram 21,97%, em relação a outubro. O fraco desempenho de vendas do setor no último mês pode ter motivado a Volvo do Brasil a demitir 430 funcionários da fábrica de Curitiba, na segunda-feira. A Volvo já espera uma queda nas vendas que deve variar entre 10% e 20% no próximo ano.

A conjuntura ainda forçou a empresa a dobrar o período de férias coletivas, inicialmente prevista para dez dias, para alguns setores da empresa. De acordo com a assessoria de imprensa da Volvo, os funcionários de produção dos caminhões da linha F terão mais dez dias adicionais.

O mesmo deve acontecer com os funcionários de produção da linha VM. Já os empregados do setor de bloco de motores Volvo devem ganhar mais 30 dias além dos 20 que a princípio teriam de férias de final de ano.