La Imagen
Organizadores do Paraná Business Collection esperam geração de mais de R$ 11 milhões em negócios.

 

continua após a publicidade

A 5.ª edição do Paraná Business Collection começou na segunda-feira (14), mas foi na tarde desta terça-feira (15) que as tratativas entre compradores e marcas iniciaram de fato, com a abertura do Show Room de Negócios. De acordo com o acompanhamento dos organizadores, o espaço, em 2010, gerou R$ 11 milhões em negócios para os expositores a partir dos contatos e prospecções viabilizados pela 4.ª edição do evento. As projeções para este ano mantêm o mesmo montante, porém, alguns fatores como qualidade e criatividade dos produtos apresentados e o aumento considerável no número de lojistas e compradores Vips presentes no evento devem repercutir em um valor ainda mais elevado.

“Somos conservadores nas estimativas, mas tudo caminha para resultados ainda melhores nesta edição do Paraná Business Collection. De um lado, as marcas se superaram em qualidade, design e conceitos inovadores. Do outro, nosso evento atraiu e convidou um número bem maior de lojistas. Só entre compradores considerados Vips dobramos de uma edição para outra”, destaca a coordenadora do setor de Vestuário do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Paraná (Sebrae-PR), Carla Werkhauser. Além do Sebrae-PR, a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP) e o Conselho Setorial da Indústria do Vestuário do Paraná são os realizadores do evento. Segundo os organizadores, foram convidados quatro mil lojistas, dos quais 150 são compradores Vips, que poderão contemplar o trabalho de 45 marcas de 33 empresas instaladas nas diversas regiões do Estado. Também serão mostradas as criações de 12 marcas de estilistas da nova geração.

A grande maioria dos negócios gerados pelo evento é para atender o mercado interno. Dos R$ 11 milhões movimentados no ano passado, R$ 10,6 milhões foram em negócios com compradores brasileiros. O mercado externo consumiu US$ 270 mil. “O mundo está atrás do nosso mercado interno e nossos expositores também. Como boa parte das confecções paranaenses é de micro e pequenas empresas, às vezes, não compensa ter que adequar toda a linha de produção para atender somente um país”, avalia Carla.

continua após a publicidade

O volume de negócios prospectados pelo evento ao longo de sua história praticamente quintuplicou, partindo de R$ 2,5 milhões, em 2007, para os R$ 11 milhões de 2010.

Custo de produção

continua após a publicidade

Para a coordenadora do setor de Vestuário do Sebrae-PR, Carla Werkhauser, o principal motivo de preocupação do setor, a exemplo do que ocorre em outras áreas, é a falta de mão de obra. “Isso tem inflacionado o salário, principalmente nas funções básicas, o que impacta tanto no custo quanto no preço final do produto. As confecções pequenas são as que mais sentem. Para elas, investir em tecnologia e produtos com alto valor agregado é ainda mais crucial para garantir sustentabilidade ao negócio”, recomenda.

Como quase 65% das empresas de vestuário estão instaladas no norte e noroeste do Estado, há um fenômeno ocorrendo nessas regiões: a disputa de trabalhadores entre as têxteis e empresas da construção civil. “Estamos percebendo até uma quebra de paradigmas, algumas mulheres acabam trocando empregos nas confecções por vagas em colocação de azulejos nas construtoras. E o inverso também ocorre, há homens se identificando mais com as funções de corte e costura”, revela Carla.

Outros pontos que têm mobilizado a atenção dos empresários são a alta da matéria-prima, principalmente o algodão, e a concorrência com os produtos chineses. “De uma forma geral as empresas estão sendo afetadas principalmente porque os preços não conseguem ser competitivos, abrindo brechas não só para a China quanto para outros países, inclusive os vizinhos, venderem seus produtos aqui. A solução para os empresários paranaenses está em ancorar o negócio em estratégias que valorizem cada vez mais o design e a diferenciação do produto. Não temos como competir oferecendo commodities. Nisso, os chineses são imbatíveis”, afirma.  “Apostar em nichos de mercado que não estão sendo bem aproveitados como moda para a terceira idade também é uma maneira de garantir a saúde financeira do setor”, complementa.

Segundo dados dos Sebrae-PR, as seis mil empresas têxteis do Paraná são responsáveis por produzir mais de 150 milhões de peças por ano, o que representa um faturamento acima de R$ 4 bilhões. Uma das características da indústria do Estado é a organização em Arranjo Produtivo Local (APL). Ao todo são seis ,localizadas em Londrina, Apucarana, Cianorte e Maringá, Terra Roxa, Francisco Beltrão e Imbituva. Alguns deles são especializados: Apucarana foca em bonés, Terra Roxa em moda bebê, Francisco Beltrão em moda masculina e Imbituva em malharia. Os demais produzem confecção em geral.