Tendências, design, cores e tecidos. A moda brasileira e, especialmente do Paraná, será colocada à prova em um desfile amanhã, em Curitiba. Sob a análise de estilistas do maior mercado da moda do mundo, o da França, empresários paranaenses do setor de confecções terão a oportunidade de saber se as peças que produzem podem ganhar espaço no mercado internacional.
A iniciativa com técnicos e estilistas franceses marca o início de um workshop, a ser realizado no Cietep, voltado para empresários do setor de vestuário do Brasil, especialmente do Paraná. O evento, uma parceria da Secretaria da Indústria, do Comércio e Assuntos do Mercosul, Federação das Indústrias do Paraná e Codesul, conta com a inscrição de mais de 60 empresas do Paraná, além de outras de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo.
Capacitação
O governo do Estado entende que a capacitação das empresas é um fator essencial nos novos mercados de atuação. Só isso vai romper as barreiras que dificultam o ingresso das empresas brasileiras no comércio exterior, para que o Brasil seja visto como um país com forte potencial exportador e nele encontrem uma oportunidade segura de investimento com retornos garantidos.
Seguindo essa linha de pensamento, o governo do Paraná levantou uma bandeira perante os outros estados brasileiros ao trazer uma equipe completa da França, com técnicos e estilistas de renomadas marcas francesas, para informar às empresas paranaenses a forma de compra e distribuição de um mercado tão almejado.
Consultoria
Para o consultor italiano em área têxtil Alfredo Schilton, que trabalha no setor há mais de 30 anos, para exportar é necessário criar contatos dentro e fora do país. "É de enorme importância a iniciativa do governo do Paraná em fazer um projeto que possibilite o contato de pequenos e médios empresários com possíveis parceiros no exterior."
Schilton conta que já havia tentado inserir um projeto como este há dois anos, sem sucesso. "Esse tipo de evento é o primeiro passo para as empresas que queiram exportar, e sem dúvida, deve servir de exemplo para os outros centros produtivos do País", diz.
Empresários comemoram a iniciativa
O wokshop a ser realizado nesta segunda e terça-feira contará com diversas palestras que devem traçar um panorama da indústria brasileira no mercado externo e destacar a importância da preparação e da capacitação das empresas locais.
A empresa Hering exporta seus produtos desde 1960 para os Estados Unidos, América Latina e países da Europa. Seu faturamento, devido às exportações, fica em cerca de US$ 35 milhões ao ano. Para Ulrich Kuhn, diretor de comércio exterior da empresa, a França, em especial, é ainda um parceiro muito pequeno do País.
"O Brasil exportou US$ 1,650 bilhão de têxteis para a França em 2003, sendo apenas US$ 24 milhões para a França. Isso é uma gota de água no oceano", diz.
Kuhn entende que o workshop vai alavancar o comércio entre o Brasil, França, além do mercado europeu. "Fazendo com que os franceses conheçam a produção brasileira e que os brasileiros entendam como funciona o mercado francês, este evento pode proporcionar uma melhor relação de mercado entre os dois países", conclui.
Lúcia Figueiredo, presidente de uma das maiores empresas do setor no Paraná, a Lúcia Figueiredo, diz que esse evento é um canal focado para maiores oportunidades de exportação para a França. "A ajuda do governo é essencial para os empresários. O governo vem garantindo assistência para a área de confecção, e este workshop sobre a França tem que se repetir, até mesmo relacionado a outros países", afirma.
Um dos palestrantes do evento e diretor da empresa Di Luci, do Rio Grande do Sul, Lúcio Celli, diz que durante a palestra irá passar a experiência positiva de sua empresa, que já exporta para França. Para ele, quando uma empresa pretende começar a exportar é necessário que ela esteja estruturada internamente.
"Já sobre o apoio governamental, além das empresas adquirirem o conhecimento necessário para fazer parcerias, a empresa acaba carregando não só o seu nome para fora do país, e sim, o do Brasil, que auxilia para a penetração ao mercado externo", conclui.