Nos últimos seis anos, 14,87% do total da população de seis regiões metropolitanas do País entraram ou saíram, a cada quatro meses, da classe média. É o que mostra a pesquisa “A Nova Classe Média”, anunciada nesta terça-feira (05) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), e que usa dados da Pesquisa Mensal de Emprego, do IBGE.
Esse porcentual é uma espécie de índice de mobilidade das pessoas que conseguem sair da faixa de miséria, ou que retornam a ela. O universo da pesquisa abrange pessoas entre 15 e 60 anos. Além disso, a classe média é delimitada por renda mensal domiciliar total entre R$ 1.064 e R$ 4.591, segundo a FGV. A pesquisa mostrou também que 11,34% do total da população nas regiões pesquisadas saiu ou entrou da chamada faixa de miséria, com renda próxima de zero, também a cada quatro meses.
As seis regiões pesquisadas foram Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. O pesquisador Marcelo Nery, que coordenou a pesquisa, informou ainda que, de acordo com os dados analisados, a renda média domiciliar total da população pesquisada subiu de R$ 1.784,08 para R$ 1.956,90 de abril de 2002 para abril deste ano – um aumento de 9,6%.
“A pesquisa apresentou um cenário positivo também no combate à desigualdade”, afirmou o economista. A pesquisa apurou o desenvolvimento do índice de Gini, que mede o grau de desigualdade existente na distribuição de indivíduos segundo a renda domiciliar per capita. O valor do índice varia de 0 a 1, sendo que 0 significa que não há desigualdade, ou seja, todos os indivíduos têm a mesma renda; e 1 representa um cenário onde a desigualdade é máxima, ou seja, apenas um indivíduo detém toda a renda da sociedade. De abril de 2002 para abril deste ano, o índice de Gini passou de 0,62 para 0,58. O economista comentou ainda que a taxa de miséria no total da população pesquisada caiu de 34,93% para 25,16%, no mesmo período.
