O consumo brasileiro de gás natural atingiu em 2014 a marca de 100 milhões de metros cúbicos por dia, até então inédita no País. O volume representa uma expansão de 11,6% em relação ao ano anterior, conforme dados publicados nesta semana pelo Ministério de Minas e Energia (MME).
O resultado foi impulsionado principalmente pelo consumo da categoria composta pelas termelétricas e por consumidores livres, o qual teve expansão de 22,8% na comparação anual e atingiu 12,60 milhões de m?/d. A venda de gás para as distribuidoras, principal destino do produto no Brasil, cresceu 9,7% e atingiu 73,40 milhões de metros cúbicos por dia. A categoria de consumo de gás por instalações industriais apresentou variação positiva de 12,3%, para 14,01 milhões de metros cúbicos por dia.
Para atender ao aumento da demanda, o Brasil importou 13,9% mais gás natural. A compra de produto oriundo da Bolívia e da Argentina, além do gás natural liquefeito (GNL) atingiu 52,93 milhões de metros cúbicos por dia. Nesta categoria, o principal destaque ficou por conta da expansão de 36,8% da importação de GNL.
A produção nacional, por sua vez, atingiu 87,38 milhões de metros cúbicos por dia, um avanço de 13,2% em relação a 2013. A maior parte do insumo, contudo, foi utilizada para reinjeção nos poços produtores. Foram destinados 15,73 milhões de metros cúbicos por dia para tal finalidade, volume 47,8% superior ao do ano anterior. Outra grande parte do gás produzido, no total de 11,46 milhões de metros cúbicos por dia (+5,6% sobre 2013), foi destinada para consumo nas próprias unidades de exploração e produção.
A oferta efetiva de gás nacional ao mercado brasileiro ficou em 48,30 milhões de metros cúbicos por dia, abaixo das 51,71 milhões de metros cúbicos por dia de produto importado que atendeu a demanda local. Com isso, a participação do gás brasileiro no mercado ficou em 48,3%, abaixo dos 49,5% do ano anterior. Entre 2011 e 2012, a participação do produto nacional no mercado era superior a 50%.
O Rio de Janeiro continua sendo o principal responsável pela produção nacional, com 30,40 milhões de metros cúbicos por dia em 2014 – alta de 10,9% sobre 2013. Os principais destaques do ano passado, contudo, foram os estados de São Paulo e Maranhão. A produção paulista atingiu 11,41 milhões de metros cúbicos por dia, alta de 49,3% sobre o ano anterior. No Maranhão, a produção cresceu 38,6% e atingiu 5,39 milhões de metros cúbicos por dia.