Foto: Arquivo/O Estado |
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Presidente Lula no lançamento do H-Bio, da Petrobras: produto está pronto. |
O gerente executivo de Desenvolvimento Energético da Petrobras, Mozart Shmitt de Queiroz, argumentou ontem que já seria possível no Brasil, teoricamente, a mistura de até 20% de óleo vegetal, o biodiesel, ao óleo diesel comum. Segundo ele, esta proporção de 20% já foi testada e é utilizada fora do Brasil. ?Há uso na Europa de até 50% sem desgaste do veículo. No Brasil, infelizmente existe um lobby dos fabricantes de veículos, que impede testes acima dos 5%?, comentou.
Pela legislação atual, a mistura de 2% será obrigatória em todos os postos a partir de 2008. No mesmo período, fica autorizada a mistura de 5%, que passa a ser obrigatória a partir de 2013. ?Há condições suficientes de o Brasil encurtar este prazo entre uma e outra mistura e até mesmo ampliar gradualmente o percentual de adição?, comentou em entrevista após participar de seminário sobre energias alternativas, no Rio de Janeiro.
Indagado sobre a oferta do biodiesel no país, ele lembrou que para abastecer integralmente todos os veículos movidos com diesel com a mistura de 2% seriam necessários 800 milhões de litros de biodiesel anuais. Já para a mistura de 5% seriam necessários 2 bilhões de litros anuais.
?Se considerarmos a produção atual de óleo de soja de 10 bilhões de litros e o consumo atual de diesel, de 40 bilhões de litros, já percebemos que seria possível a mistura de 20%, sem considerar as plantas de biocombustível que estão surgindo em todo o país?, disse.
Portanto, continuou o executivo, a oferta é ?crescente? e já seria ?suficiente nos dias de hoje, se houvesse maior incentivo à fabricação de óleo de soja, no lugar dos incentivos à exportação de grãos. O que não faz sentido é o Brasil exportar grãos e importar diesel?.
Um empecilho para o aumento na adição do biocombustível ao diesel, lembrou o executivo, é a variação de preços no mercado internacional. ?Quando o programa do biodiesel começou, o preço do petróleo estava nas alturas, batendo na casa dos US$ 70 por barril, e ninguém sabia onde iria parar. Em comparação, na mesma época, o óleo de soja estava em baixa no mercado internacional. Hoje, esta proporção se inverteu. Então tem que haver uma constante avaliação para saber o ponto de equilíbrio nesta substituição?, argumentou.
Produção de petróleo cresceu 5,8% em outubro
Rio (AE) – A Petrobras produziu uma média de 1,821 milhão de barris de petróleo por dia em outubro. O volume é 5,8% superior ao registrado no mesmo período do ano anterior e 1,8% superior ao volume extraído em setembro deste ano. Segundo a empresa, o aumento na produção é fruto da entrada em operação de três poços no campo de Albacora Leste, na bacia de Campos, onde está instalada a plataforma P-50, eleita pela estatal como símbolo da auto-suficiência nacional. Incluindo o gás, a produção nacional da empresa chega a 2,103 milhões de barris de óleo equivalente.
O volume de petróleo produzido em outubro no país garante a auto-suficiência, já que, segundo cálculos da própria empresa, o consumo nacional oscila entre 1,8 e 1,85 milhão de barris por dia. À produção da Petrobras, devem ser somados cerca de 30 mil barris diários produzidos pela anglo-holandesa Shell na bacia de Campos, mais os volumes provenientes de pequenos campos terrestres operados por companhias de menor porte.
Já na área de gás natural, a situação é diferente. Segundo nota distribuída ontem, a Petrobras produziu em outubro uma média de 44,8 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia no Brasil. O resultado representa uma alta de 3,5% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Mas parte desse gás é reinjetado nos poços por falta de capacidade de transporte ou consumido nas instalações da estatal, o que torna necessária a importação de metade do volume consumido no país, hoje na casa dos 50 milhões de metros cúbicos diários.
No exterior, a empresa teve uma produção média de 240,2 mil barris de óleo equivalente (somado ao gás) em outubro. A Argentina é o país com maior contribuição (105,5 mil barris), seguida de Bolívia (61,8 mil barris) e Venezuela (19,9 mil barris). Somando os volumes extraídos no Brasil e no exterior, a estatal fechou o mês com uma média de produção de 2,343 milhões de barris de óleo equivalente por dia.
