O Ministério da Agricultura enviará uma missão técnica à China na semana que vem para ampliar a cooperação na área agrícola. Com 1,3 bilhão de habitantes e integrante da Organização Mundial do Comércio (OMC) desde o ano passado, a China é atualmente um dos mercados mais atrativos do mundo. Segundo o secretário de Apoio Rural e Cooperativismo, Rinaldo Junqueira de Barros, os chineses podem importar do Brasil carnes bovina e de aves, álcool, açúcar, suco de laranja, lácteos, algodão, café, fumo (não manufaturado) e castanha de caju.
Com relação à carne bovina, o governo da China – depois da visita do ministro da Administração Geral, Qualidade e Quarentena, Li Changjiang, em agosto a Brasília – já autorizou a importação do produto. A missão será chefiada por Barros, permanecerá em Pequim entre os dias 9 e 15 e será integrada pelo presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Vilmondes Olegário da Silva, pelos chefes dos departamentos de Inspeção Vegetal, Odilson Ribeiro, de Pesca, Gabriel Calzavara, e de Defesa Animal, João Cavalléro.
A missão terá reuniões com os ministros da Agricultura e da Administração Geral e com técnicos da área sanitária e fitossanitária. Nessas reuniões, as autoridades brasileiras também irão tratar da exigência de certificação, feita pelo governo chinês, para as suas importações de soja. A partir do dia 18 de dezembro, para qualquer tonelada de soja ingressar na China, o exportador terá de apresentar um certificado especificando se o produto foi cultivado de forma convencional ou se foi resultante de modificações genéticas (transgênico).
O Brasil exporta anualmente cerca de 3 milhões de toneladas de soja para a China (20% das vendas externas do setor), o que correspondeu a US$ 537 milhões no ano passado. Como o plantio e a comercialização de transgênicos estão proibidos no Brasil por deliberação judicial, o governo não terá condições de expedir esta certificação.
Caso a Justiça Federal não se defina sobre o assunto até 18 de dezembro, o Ministério da Agricultura terá de negociar um novo prazo com os chineses, sob pena de paralisar os embarques de soja para o ano que vem.