Uma missão de técnicos da União Europeia chega ao Brasil no final deste mês para inspeção de resíduos nas carnes brasileiras exportadas ao bloco. De acordo com o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, embora seja uma visita de rotina, durante a qual serão avaliados laboratórios, sistemas de amostragens e comprometimento com o Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes (PNCRC), esta é a primeira vez que a carne suína foi incluída na pauta que definiu o roteiro dos técnicos europeus.
“É um bom sinal, porque eles conhecerão o nosso processo de controle de resíduos e pode ser um sinal de interesse para a abertura do mercado para o suíno brasileiro”, disse Camargo Neto à Agência Estado. O Brasil ainda não possui unidades habilitadas a exportar para o bloco econômico. “Mesmo se o mercado for aberto, sabemos que, assim como os Estados Unidos, não será um grande volume, mas é um mercado de chancela de qualidade para o produto brasileiro”, disse.
O presidente da Abipecs ainda disse estar trabalhando para a abertura dos mercados asiáticos, como Coreia do Sul, Japão e China. “Coreia e China estão mais devagar, mas ainda estamos na luta. Com relação ao Japão, semana retrasada o Ministério da Agricultura esteve lá e é quase certa a visita deles em março, quando poderemos ter uma sinalização positiva”, afirmou.
Mercado interno
Sobre a forte desvalorização das cotações do suíno no mercado doméstico, Camargo Neto descarta a possibilidade de crise no setor. “Janeiro é um mês fraco, sempre há recuos. É um movimento sazonal. Os preços irão se recuperar no ano e seguirão firmes como em 2010”, analisou o executivo. Segundo a Informa Economics FNP, o valor do suíno vivo recuou mais de 30% entre novembro e fevereiro, enquanto a carne vendida no atacado caiu cerca de 28% no período.
A Abipecs informou hoje os resultados das exportações em janeiro A receita aumentou 2,84% em janeiro, e atingiu US$ 93,029 milhões, ante US$ 90,462 milhões no mesmo mês de 2010. O resultado se deve ao incremento de 15,40% no preço médio do produto, que foi de US$ 2.673. Em volume, houve queda de 10,89%, para 34.809 toneladas. Em janeiro de 2010, os embarques foram de 39.062 toneladas.