A missão brasileira que viajou na sexta-feira para a China para negociar o fim do embargo das exportações de soja, começa a série de reuniões hoje às 11h30 (horário de Pequim). O primeiro encontro do grupo chefiado por Maçao Tadano, secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, será com o embaixador do Brasil em Pequim, Afonso Celso Ouro Preto. Amanhã, a equipe de Maçao será recebida por autoridades do ministério chinês da Quarentena. Na terça-feira nova rodada de discussões, desta vez com o Ministério da Agricultura. Na quarta-feira nova reunião com os representantes da Quarentena.
O embargo chinês às exportações de soja brasileira começou em abril, com a recusa de uma carga do navio Bunga Saga Tuju. De lá para cá foram mais cinco recusas, totalizando 359 mil toneladas rechaçadas pela China. Eles alegam que os carregamentos exportados estavam contaminados com as misturas de sementes tratadas com fungicidas a grãos sadios de soja.
Na viagem à China, Maçao Tadano, que está acompanhado do assessor para Assuntos Internacionais do Ministério da Agricultura, Odilson Ribeiro, e do médico toxicologista Flávio Zambrone, consultor da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), leva aos chineses um relatório das atitudes do Brasil desde a recusa da carga do Bunga Saga Tuju, em meados de abril. Isto inclui os termos da Instrução Normativa número 15, que define os índices de impurezas e contaminação para a soja, considerado um dos mais rigorosos do mundo, e mostrará o que está sendo feito na fiscalização do produto.
O mercado chinês representa espaço para cerca de 35% das exportações de soja brasileira. De acordo com Carlos Sperrotto, vice-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, neste ano a previsão era de que os chineses importassem entre 14 e 15 milhões de toneladas de soja, enquanto não recebem o produto dos Estados Unidos, que terá sua safra entre setembro e outubro.