Menos de uma semana depois do anúncio do novo corte de R$ 7,5 bilhões nas despesas da União, ministros que deveriam reduzir despesas de suas pastas decidiram ignorar restrições para gastar. “Não haverá cortes”, diz o ministro da Educação, Fernando Haddad, um dos mais atingidos, com R$ 1,3 bilhão subtraído da pasta.
Como Haddad, os colegas que também sofreram cortes em suas pastas tampouco trabalham com a revisão de metas de programas e, muito menos, com a possibilidade de parar obras em ano eleitoral. A aposta generalizada é que os limites de gastos impostos agora vão desaparecer no segundo semestre em decorrência do esperado aumento na arrecadação de tributos da União.
Esse entendimento enfraquece o discurso da equipe econômica que, só neste ano, bloqueou um total R$ 31,8 bilhões de gastos para mostrar compromisso com as metas fiscais (3,3% do PIB de economia para pagamento de juros). O corte mais recente chegou a R$ 10 bilhões com o bloqueio de gastos de pessoal e subsídios.
Esse último corte não passou de um sinal – possivelmente ineficaz – de que o governo faz a sua parte no esforço para que o Banco Central (BC) não tenha de agir sozinho, aumentando a taxa básica de juros (Selic), para conter o ritmo mais acelerado da economia e, consequentemente, a inflação. Gastos públicos elevados pressionam a atividade econômica.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.