O ministro de Relações Exteriores da Grécia, Stavros Lambridinis, atacou o que chamou de “loucura” das agências de classificação de risco na crise de dívida europeia. Segundo o ministro, as agências exacerbaram uma situação já difícil.
Durante uma conferência em Berlim, Lambridinis afirmou que a decisão da Moody’s anunciada ontem de rebaixar o rating (classificação de risco de crédito) de Portugal para grau especulativo não foi baseada em qualquer falha na implementação de reformas econômicas. O rebaixamento refletiu “a suposição de que Portugal precisará de um segundo resgate”.
Lambridinis disse que isso tem “a extraordinária loucura de profecia autorrealizadora” por agravar as dificuldades fiscais de Portugal. O ministro acusou os participantes do mercado de prejudicarem seu país, a Grécia, debilitada por uma crise de dívida, ao apostar em um não pagamento (default).
“Infelizmente muitas pessoas nesses mercados ‘racionais’ investiram bilhões de euros em um colapso grego”, afirmou. “Essa parte do mercado está mais interessada em nos ver brigando uns com os outros (…) e esperam que no fim eles ganhem o dinheiro que nós estamos perdendo”, acrescentou.
Lambridinis lamentou a deterioração das relações entre a Grécia e a Alemanha, o maior contribuinte nacional para o pacote de resgate de Atenas, e lembrou ao governo alemão que há interesse na força da zona do euro. “O paciente não é a Grécia, é a estabilidade na Europa”, disse.
O ministro grego agradeceu a Alemanha por seu apoio durante a crise, mas observou que o país lucrou bastante com a moeda única e o mercado comum europeu. “O aeroporto de Atenas foi construído por companhias alemãs e pago em grande parte por fundos europeus”, citou Lambridinis, como exemplo. As informações são da Dow Jones.