Brasília – O ministro interino de Minas e Energia, Nelson Hubner, está confiante de que a Bolívia vai fornecer todo o gás de que o Brasil necessita, em volumes que serão noticiados assim que os governos dos dois países concluam os termos do acordo a ser assinado na visita que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará a La Paz, prevista para o dia 12 de dezembro.
Ao participar de audiência pública nesta terça-feira (20) na Comissão de Infra-Estrutura do Senado, para falar sobre a política energética no país, o ministro atendeu aos reclamos dos senadores que focaram suas preocupações nas garantias que o país vizinho pode dar quanto à continuidade de fornecimento do gás natural de que o Brasil precisa.
Nelson Hubner lembrou aos senadores que "a Bolívia cumpriu todos os contratos de fornecimento de gás ao Brasil, até agora".
A preocupação é pertinente, de acordo com o presidente da comissão, senador Marcone Perillo (PSDB-GO), porque a Bolívia fechou contrato para fornecer gás à Argentina, a partir de 2010, e vai precisar descobrir e explorar novas reservas de gás para honrar os compromissos.
O senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) lembrou que quando o presidente Evo Morales anunciou a nacionalização do gás e petróleo, tanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quanto o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabriele, afirmaram que não faltaria gás nem haveria aumento de preços para o consumidor.
"Houve as duas coisas", disse o senador, acrescentando que nesta terça-feira o país sofre os efeitos do desabastecimento de gás, em especial as cidades do Rio de Janeiro, de São Paulo e de Cuiabá.
A diretora de Gás e Energia da Petrobras, Maria das Graças Foster, que também participou da audiência pública, disse que a produção doméstica de gás vai melhorar a partir do ano que vem, e adiantou que a perspectiva é de a Petrobras atingir fornecimento diário de 55 milhões de metros cúbicos de gás por dia dentro de três anos.
Ela reconheceu que essa produção não será suficiente para atender a demanda interna, mas disse que certamente vai reduzir a dependência externa por gás.