Ministro descarta entendimento com europeus sobre TV digital

O ministro das Comunicações, Hélio Costa, antecipando-se mais uma vez a um posicionamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, admitiu ontem que, na sua opinião, dificilmente pode-se retomar um entendimento com os europeus em torno do padrão para TV Digital porque as negociações já se encerraram, semana passada, com a assinatura do memorando com os compromissos do governo japonês.

Ele, no entanto, ressalvou que somente o presidente Lula poderia decidir o envio de uma missão brasileira à Europa para negociar as contrapartidas para a implantação da TV Digital, a exemplo do que foi feito no Japão.

"Essas perguntas (sobre negociações com os europeus) têm que ser feitas ao presidente da República. Nós vencemos uma etapa e, a partir daí, acho que a decisão toda compete exclusivamente ao presidente", afirmou o ministro, no início da tarde, após encontro com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Costa disse que ele e os ministros das Relações Exteriores, Celso Amorim, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Luiz Fernando Furlan, foram ao Japão porque já havia negociações adiantadas com os japoneses. "Nós chegamos ao Japão já com muitas conversas, muitas reuniões e eu não sei em que ponto estão essas conversações ou esses entendimentos com os europeus. Mas evidentemente, se o presidente decidir, nós cumprimos toda e qualquer orientação que parta do presidente da República", disse

Além do padrão japonês de TV digital, o Brasil estudava, também, os padrões americano e europeu. A União Européia, quando tomou conhecimento da formalização do memorando com o governo japonês, reiterou o convite para que a mesma comitiva de ministros vá à Europa. Os europeus se comprometeram a assinar, nesta eventual viagem, um acordo para instalar no Brasil uma fábrica de semicondutores.

A instalação de uma fábrica desse tipo, colocada como pré-condição para a escolha do padrão de TV digital, não foi relacionada no memorando assinado com os japoneses. Costa disse, no entanto, que notou "uma disposição muito grande" por parte de empresas japonesas de estarem no Brasil.

"Eu vejo que o que nós queríamos nós obtivemos, que foi o comprometimento do governo japonês com as iniciativas das empresas japonesas", afirmou. Segundo ele, a viagem ao Japão formalizou as negociações. "Fomos muito bem-sucedidos nesse sentido. Nós temos um compromisso do governo japonês de apoiar toda iniciativa das empresas japonesas no Brasil, ou que venham para o Brasil para fazer tecnologia de ponta", afirmou.

Ontem, à noite, Hélio Costa tinha agendado um encontro com o presidente para fazer um relato sobre a viagem "A partir daí é uma decisão do presidente da República", afirmou. A assinatura do memorando aproximou ainda mais a escolha do governo brasileiro do padrão japonês, mas falta, entretanto, o anúncio oficial pelo presidente Lula, cuja data não está marcada.

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