O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, disse que as regras acertadas nesta quarta-feira (11) para renegociação da dívida rural foram estabelecidas para dar condições de o agricultor pagar parte da sua dívida, o custeio da safra 2006/07 e ainda tenha condições de obter recursos para a próxima safra.
"Conseguimos um entendimento, o que não significa que todos estejam de acordo", disse o ministro ao se referir às demandas da bancada ruralista, que pedia prorrogação integral da dívida e aumento do bônus de adimplência para 32%. O desconto foi mantido em 15% para as parcelas com vencimento em 2007.
O bônus de adimplência é uma compensação do governo que obteve ganhos nas operações de crédito concedidas aos produtores corrigidas a taxas mais elevadas que as praticadas no mercado. Enquanto a taxa de juros de longo prazo (TJLP) e a taxa Selic usadas como referência para os financiamentos rurais recuaram mais de 45%, os juros controlados cobrados dos produtores permaneceram em 8,7% ao ano desde 2002.
Embora não tenha feito a prorrogação integral, o governo desistiu de cobrar um porcentual diferente para cada região, como planejado. As medidas anunciadas valem para as culturas de algodão, milho, trigo, soja e arroz para todo o território brasileiro.
Segundo Stephanes, as reuniões do grupo de trabalho, composto por Comissão da Agricultura, representantes da cadeia produtiva e técnicos da Agricultura e da Fazenda, prosseguem durante o mês de agosto para tentar buscar uma "estruturação definitiva desta questão".