O ministro da Educação, Fernando Haddad, informou que a pasta vai ser atingida por cortes do governo para compensar a perda de arrecadação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), que foi derrubada pelo Senado no mês passado. Em entrevista depois de audiência, no Palácio do Planalto, Haddad disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lhe assegurou que, dos 40 programas do Plano de Desenvolvimento da Educação, os sete principais não sofrerão cortes.
Nas contas de Haddad, os sete principais programas representam três quartos dos recursos do Plano de Desenvolvimento da Educação. O PDE previa um total de investimentos de R$ 8 bilhões em quatro anos na área. "Uma parte do ajuste será feito com corte de despesas, e todos os ministérios estão cientes disso e dispostos a colaborar, hierarquizando as ações e privilegiando os projetos mais importantes", afirmou. "É o procedimento que se espera de um governo responsável", acrescentou.
Haddad não negou que haverá congelamento de salários no ensino federal. "O ministro Mantega deixou claro que nem toda compensação será feita pela substituição de um tributo pelo outro, o que significa que uma parte será feita por ajustes de despesas. Os ministérios estão cientes disso e dispostos a colaborar.
Durante a entrevista, ele ressaltou que o encontro com o presidente foi marcado para apresentar um balanço do PDE. O ministro relatou que só ao final da audiência comentou com Lula sobre as medidas para compensar a CPMF. Mesmo com as sinalizações de cortes e congelamento de salários, o ministro disse estar tranqüilo. "Eu estou confortável com as medidas tomadas pelo ministro Guido Mantega, que foram acertadíssimas", disse. "(O anúncio) confortou todos na Esplanada.