Rio
– A safra 2003/2004 poderá atingir 105 milhões de toneladas, número recorde e acima dos 98,5 milhões previstos para a safra atual (2002/2003), segundo estimativa do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcus Vinícius Pratini de Moraes. De acordo com ele, a expansão na safra ocorrerá nas principais culturas, com destaque mais uma vez para a soja no Centro-oeste. As projeções otimistas apontam também, para este ano, um saldo de US$ 21 bilhões na balança comercial do setor, ante US$ 19 bilhões no ano passado.“O agronegócio é a única coisa que vem crescendo no País”, afirmou várias vezes o ministro, em palestra na Câmara Americana de Comércio no Rio. Segundo ele, o Produto Interno Bruto (PIB) do setor agrícola deverá registrar expansão de 4,5% a 5% neste ano, com aumento de 8,5% da agricultura e 2% da produção animal.
Segundo dados do primeiro semestre divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a agropecuária cresceu 4,51% no período, ante uma expansão de apenas 0,14% da economia em geral.
O ministro também disse várias vezes acreditar que o próximo governo manterá as “questões fundamentais” da política agrícola atual. “A atual política da agricultura deverá ser mantida e ampliada”, afirmou.
Ele alertou os candidatos para duas prioridades no setor: tecnologia e sanidade animal. Outros projetos importantes segundo Pratini, estão nas áreas de logística e apoio à comercialização da safra.
Inflação
Além dos reflexos positivos do agronegócio no PIB e na balança comercial, Pratini destacou também que o setor hoje é o que mais contribui para “segurar a inflação”. Para ilustrar a afirmativa, citou dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) que apontam que no primeiro semestre a inflação do item habitação atingiu 6,9%, o da saúde 3,9% e o do próprio IPCA 2,94%, enquanto alimentos e bebidas tiveram variação de 0,61%.
Segundo o ministro, o Brasil ainda dispõe de 88 milhões de hectares de área agricultável disponível e, portanto, o País é a “última grande fronteira agrícola do mundo”.
Missão
No futuro imediato, o ministro aguarda uma missão de técnicos dos Estados Unidos que chegará ao Brasil entre o final de outubro e início de novembro para conhecer os sistemas de controle sanitário do País e visitar frigoríficos, com o objetivo de checar o controle da febre aftosa. A expectativa é que o governo norte-americano libere a importação de carne fresca a partir do início do próximo ano.
Pratini não quis informar qual o potencial de exportação de carne bovina fresca para aquele mercado, mas disse que “é muito promissor” e, além disso, poderá abrir as portas para o produto brasileiro em outros países com os mesmos critérios sanitários dos Estados Unidos, como os do sudeste asiático. Hoje os produtores brasileiros exportam apenas carne industrializada para o mercado norte-americano.