Com o processo de abertura econômica em andamento, o ministro de Comércio Exterior e Investimento Estrangeiro de Cuba, Rodrigo Malmierca, fez uma apresentação na semana passada, na sede da Fiesp, em São Paulo. Ele falou para um grupo de empresários brasileiros e tentou convencê-los de que há diversas oportunidades para se investir no país. Malmierca reconheceu algumas dificuldades como problemas de liquidez financeira na ilha caribenha, mas reforçou que há segurança jurídica no país e destacou a necessidade de realizar projetos em infraestrutura. “Há estabilidade política, social e jurídica em Cuba e uma localização privilegiada”, disse.

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O ministro minimizou os efeitos da retomada das relações comerciais entre Cuba e os Estados Unidos e disse que o fim do bloqueio, anunciado no ano passado, “precisa acontecer efetivamente”. “Nada mudou até agora. O presidente Barack Obama reconheceu que a política (de bloqueio) fracassou, tomou algumas decisões que vão na direção correta, mas que ainda são insuficientes”, afirmou.

Malmierca disse que o primeiro passo efetivo será o restabelecimento diplomático, com a instalação das embaixadas. “Isso está em andamento e vai ser um começo efetivo”. Ele disse que a decisão anunciada pelo presidente norte-americano, de aprovar o restabelecimento de serviços de transporte naval de cargas e passageiros entre os Estados Unidos e Cuba, é importante, mas limitada. “É mais um passo na direção correta”, afirmou.

Em sua apresentação, Malmierca detalhou a lei cubana que regulamenta investimento estrangeiro na ilha e destacou dados macroeconômicos do país. “Promoção do investimento estrangeiro é uma das ações de maior destaque no processo de atualização econômico de Cuba”, afirmou. “Estamos promovendo as exportações, queremos que o capital estrangeiro nos ajude a exportar”, disse, destacando que hoje Cuba mantém relações comerciais com 75 países e o intercâmbio triplicou nos últimos dez anos.

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Segundo ele, Cuba tem crescido a uma média de 4,9% ao ano e para 2015 a expectativa é de um avanço do PIB nesse patamar, em torno de 4%. “Aos poucos, vamos nos recuperando da crise dos anos 1990, temos taxas de inflações aceitáveis e temos feito um esforço grande nos últimos anos para manter nossos compromissos financeiros internacionais” afirmou.

Malmierca destacou que Cuba precisa de projetos em diversas áreas, como infraestrutura, agronegócio e energia. Ele reforçou ainda que o projeto do marco legal que trata do investimento estrangeiro prevê um regime tributário especial para aumentar a atratividade da ilha. Entre os itens previstos está, por exemplo, a isenção de imposto aduaneiro durante o processo de investimento.

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