Com o objetivo de diversificar a matriz energética e reduzir a dependência dos combustíveis fósseis importados, o Chile está iniciando um programa de incentivo aos biocombustíveis. Em visita ao Brasil, o ministro de Energia do Chile, Marcelo Tokman disse a jornalistas que até o fim do ano já deverá estar valendo, no Chile, uma nova lei que autoriza as misturas de 5% de etanol à gasolina e de 5% de biodiesel ao diesel comum. A mesma lei também dará incentivos fiscais aos combustíveis de origem vegetal.
Tokman, que lidera uma comitiva formada por 20 pessoas – entre as quais representantes da área energética do governo chileno e também empresários desse setor – esteve na manhã desta segunda-feira (6) reunido com o ministro brasileiro de Minas e Energia, Nelson Hubner, e com outras autoridades brasileiras para tratar, justamente, do tema biocombustíveis.
O ministro chileno evitou responder diretamente se o Chile vai ou não comprar etanol ou outros combustíveis do Brasil e disse apenas que "não descarta nenhuma possibilidade". Segundo ele, a conversa desta segunda-feira com autoridades brasileiras teve como objetivo conhecer a experiência brasileira com álcool e outros biocombustíveis. Segundo ele, o Chile também busca caminhos próprios na área de biocombustíveis e vai investir cerca de US$ 10 milhões em pesquisas para produzir álcool a partir da celulose.
Alternativas
Além dos biocombustíveis, o Chile busca outras alternativas para diversificar suas fontes de energia. Atualmente, dois terços da matriz energética chilena são alimentados a partir de combustíveis importados, como o petróleo, o gás natural e o carvão. No caso do gás, inclusive, o país praticamente deixou de receber o combustível que importava da Argentina, devido à crise energética que atinge esse país.
Com isso, disse Tokman, o Chile – assim como o Brasil – vai investir na construção de uma unidade de regaseificação de Gás Natural Liquefeito (GNL). A planta deverá estar concluída no primeiro semestre de 2009 e terá capacidade para processar 18 milhões de metros cúbicos de gás por dia. "A decisão política é reduzir ao máximo a dependência energética e nos liberar da dependência de um único provedor", disse.
Outra possibilidade que será analisada no longo prazo pelo Chile é a da energia nuclear. Hoje, o Chile não tem usinas nucleares, mas, segundo Tokman, foi formada uma comissão para analisar essa possibilidade.