Responsável pela articulação do governo com o Congresso, o ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, admitiu que a reforma trabalhista deixou alguns aliados insatisfeitos, que o governo terá que fazer “os necessários ajustes” para evitar uma contaminação na base que amplie a dificuldade em torno da reforma da Previdência e que é preciso “tirar a laranja podre do cesto”. “Teve uma romaria, já vinha tendo esse tipo de inquietação, mas a partir da votação do trabalho aumentou”, disse ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado. “Há parlamentares da base que estão inconformados com a conduta de seus parceiros”, completou.

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Segundo Imbassahy, o governo vai atender às solicitações “dentro da análise e interpretação”. “O que nos interessa é ter o voto (na reforma da Previdência), mas também não dá pra conviver com situação que parlamentares que têm posições no governo, cargos, atenção que o presidente dispensa, e não contar com o voto”, completou. “Não podemos arriscar ter menos de 308 por uma contaminação da base. Nem pensar. Temos que tirar a laranja podre do cesto”, ressaltou.

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O ministro reconheceu ainda que hoje o governo não tem os votos suficientes para a aprovação da reforma da Previdência, mas se mostrou otimista em relação à vitória. “Hoje não temos o número porque o texto não é totalmente conhecido de todos, e não é só dos congressistas, é da população também”, afirmou.

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Para Imbassahy, o placar de 296 votos na trabalhista serviu como uma “tomografia” que ajuda a entender o comportamento dos parlamentares, mas que não dá para contabilizar que esses votos já estão garantidos para a reforma da Previdência.

O ministro evitou arriscar um placar no caso da Previdência, argumentando que “no dia da votação ai ter muita emoção”, mas disse estar otimista. “A maior possibilidade do futuro é a maior ocorrência do passado, a gente vai vencer, porque o governo está vencendo todas, a gente vai vencer porque temos a causa e se ela for bem explicada vai ser votado e até com folga.”

Para Imbassahy, as modificações no texto inicial, “que fazem parte da democracia”, ampliaram as chances de aprovação. “O texto inicial era muito difícil de ser votado”, disse. “Agora temos que fazer trabalho intenso, não é apenas dentro do Congresso, porque é projeto de grande repercussão na vida dos brasileiros, em respeito à população tem que se levar conhecimento de cada um”, disse.

Em relação a um provável atraso na tramitação da proposta, o ministro disse que “não tem data definida, marcada”, mas que acredita que ainda no primeiro semestre o texto estará no Senado e que como o relator Arthur Maia e o próprio presidente Michel temer já estão articulando com os senadores a tramitação na casa pode ser mais rápida. “Não se pode atropelar o procedimento na casa revisora, que é o Senado, mas há a contribuição dos senadores dentro das modificações introduzidas no parecer do Arthur”, disse.

Imbassahy minimizou as criticas feitas pelo líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros, de que o a reforma trabalhista como passou pela Câmara não passará no Senado. “Pelo que a gente ouve, ele não está vocalizando o pensamento majoritário do partido que ele lidera”, afirmou.